segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Trancão, o Ganges e o Paraíba

Sabe bem respirar nos raros sítios onde a blogosfera não está povoada de pesporrência e de cagança.
Aqui, por exemplo. Simplicidade, graça, sabedoria; passe a redundância.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nada como a intuição, a antevisão e a sabedoria consolidada de especialistas

«[...]
Para Pedro Albuquerque, fundador da Albuquerque Design, é demasiado cedo para deixar cair o nome BES [...]
"Por incrível que pareça a gravidade da situação não chega a ser fatal para a marca." O valor das acções do banco até pode ter caído mais de metade, mas o da marca é avaliado por outros factores. "É uma construção psicológica, feita de grandes feitos, pequenos detalhes e de tempo, tal qual as relações humanas", diz. "A marca BES ainda beneficia dessas referências consolidadas ao longo de décadas."
Pedro Celeste, especialista em marcas da consultora PC&A, reforça: [...] "A marca é autónoma o suficiente para sobreviver para além da família Espírito Santo", conclui, lembrando que durante anos o BES foi líder em termos de notoriedade.
[...]»
"BES. Deve a marca virar as costas ao nome da família?" | DN/Dinheiro Vivo, 02.Ago.2014
Ó Ana Marcela, na próxima vez em que tenha de ouvir bruxos, veja se consegue Pedros mais clarividentes; videntes mais certeiros...

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Sobre outros assuntos e cancro

Simpatizo com Manuel Sobrinho Simões e gostei da conversa dele com Isabel Tavares no i de anteontem.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Tédio | Atenção

«[…]
o tédio, esse, é hoje uma velharia erudita e literária que já só se apresenta como objecto de uma arqueologia. O tédio implicava a percepção de um tempo exasperante de lentidão, de tal modo privado de novidade que abria aquele abismo do spleen baudelairiano: “J’ai plus de souvenirs que si j’avais mille ans”. Já não é possível sentir o tédio porque o regime de superabundância digital, que faz com que estejamos sempre ligados a redes de comunicação e imersos nos fluxos de distracção que elas fornecem, provoca-nos uma estimulação sem repouso.
[…]
Privada temporariamente de ligação às redes, a maior parte das pessoas não consegue recuperar a capacidade de sentir o tédio: passa imediatamente ao pânico. A concentração e a atenção tornaram-se bens raros, de tal modo que se pode dizer que o princípio da raridade se deslocou radicalmente do pólo da produção para o pólo da recepção. Daí que se tenha tornado tão importante, actualmente, uma “economia da atenção”. É ela que domina o mercado. E porque é um recurso raro, assistimos a uma corrida pela sua posse, por parte desta nova economia. Sabemos muito bem como o jornal, que foi em tempos “a oração matinal do homem moderno”, tem dificuldade em sobreviver nesta nova economia, com outras solicitações “atencionais”. E a indústria do livro só sobrevive à custa do papel impresso que não solicita, em grau elevado, a energia mental da atenção.
[…]»
António Guerreiro, "Onde está o tédio?" | Público/Ípsilon, 01.Ago.2014