quinta-feira, 9 de julho de 2020

Iliteracia sofisticada

«Conteúdos com garantia de qualidade.
Rigor . Credibilidade . Experiência»

«O grande objectivo é dar notoriedade, dar visibilidade; contar as histórias das empresas; história no sentido positivo. O nosso objectivo é ajudá-los a valorizar essa comunicação e a projectar essa comunicação. Se a empresa quiser ter um relatório de contas que seja bastante apelativo, não só para os seus accionistas mas público em geral, por exemplo uma empresa cotada — e há várias empresas cotadas a fazerem relatórios de contas —, acaba por ser uma peça de comunicação só por si, uma peça bonita e que fica posteridade. A empresa se quiser veincular a sua comunicação nas nossas plataformas, poder fazê-lo tamém, e essa é uma grande vantagem, não é?* Portanto, não é só fazer uma peça de comunicação digital que fica algures na web, na internet, mas é algo que possa ser veinculada através das nossas marcas da SIC e tamém do Expresso.»

«O Atelier Impresa é a mais recente oferta do grupo. Tem como missão fazer de uma simples história uma história de sucesso.»

Saberá esta gente o que diz?

relatório e contas
veicular  -  vincular
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* Logo se verá.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Jornalismo

O Estado, detendo a maioria do capital, 50,14%, é quem mais ordena.
Os que mais mandam a seguir — olha que melros — são a Global Media Group [TSF, JN, DN... - Daniel Proença de Carvalho, Afonso Camões, família Oliveira, socratolatria prístina intensiva, Fernanda Câncio, Pedro Marques Lopes, Valupi...] com 23,36% e a Impresa [SIC, Expresso - família Balsemão], com 22,35%.
O resto, migalhitas pouco relevantes.

Pelo que tenho penosamente observado, na Lusa pratica-se um jornalismo entre o geralmente servil ao interesse tácito do governo — nesta altura, seria difícil arranjar melhor garante disso do que a suma eminência da cartilagineidade plumitiva do burgo, o dúctil Nicolau —, o inócuo e, aqui e ali, o jornalismo indigente.

Por exemplo, a Lusa despachou anteontem esta notícia de carácter religioso com o bombástico e enganoso título
«Coreia do Norte anuncia consagração de Pyongyang a Nossa Senhora de Fátima»,
ilustração paradigmática da sobredita indigência.  Digam-me se não é de bradar aos céus, minha nossa senhora!
Mas não menos chocante foi, para mim, a acriticidade mular com que uma dúzia de órgãos de comunicação social, tidos por respeitáveis, replicaram, sem tugir, a disparatada manchete tal qual a Lusa a pariu, com a Coreia do Norte no sujeito da frase.

Isto está um pesadelo e ... Plúvio, bem que escusavas de ser tão enfática e gordurosamente verboso.