quarta-feira, 31 de março de 2021

Que pessoa, que mulher

Maria José Morgado.

«nado sempre com uma fúria enorme ...
a culpa é um aspecto digno ...
é bom não percebermos tudo ...»

Trinta e oito minutos sem um instante de leviandade nem carta de condução.

domingo, 28 de março de 2021

Hebdomadário frívolo

Segunda-feira, 22  ᐅ  Domingo, 28.Mar.2021

•  A abrir, a morte de Adam Zagajewski [21.Jun.1945-21.Mar.2021].
Foi confrangedor como os meios de comunicação social portugueses, com honrosa e assinalável excepção do Público*, se limitaram a replicar, sem vigilância ou brio editorial, o despacho mal amanhado da Lusa que por sua vez assimilava às três pancadas a informação original da Associated Press.
Por exemplo, todos reproduziram, verbatim, este aleijão:
«a poetisa norte-americana Jorie Graham, vencedora de um Prémio Pulitzer, escreveu na sua conta na rede social "Twitter": Caro viajante e voz de sempre. Não vamos parar de o ouvir você. Está para sempre connosco.»**
Ainda assim, destaco o arrojo criativo com que o Observador, em 23.Mar.2021, embora, e igualmente, sem intervenção na prosa da Lusa, se empenhou em ilustrar o óbito do escritor polaco, inserindo uma fotografia originalíssima que legendou, a condizer: «As obras de Zagajewski foram proibidas em 1975 pelas autoridades comunistas de Varsóvia - NurPhoto via Getty Images».
Ei-la, lá continua. Parabéns, Observador, a malta agradece.
Que trampa de jornalismo vem a ser este?

Nesta semana continuou a falar-se da tradução — pura, imprópria, adequada, contaminada, genuína, espúria, autêntica... — das coisas escritas ou recitadas por Amanda Gorman, novo ícone cósmico do "fervor em manobras" no segmento literário, cujo "The Hill We Climb" o insigne e desbocado Plúvio se atrevera a qualificar de sofrível. Vendo mais acuradamente, o poema pouco passa de um cacharolete de clichés.
Como sou amigo dos meus fregueses, deixo caminho para as, de longe, quatro melhores peças das cerca de 43 publicadas por cá sobre o assunto.



O melhor dossiê da querela. Grande trabalho. Obrigado, Isabel.

Inteligência, cultura, graça, escrita esmerada.

Foi, finalmente, a semana em que li em todo lado, incluindo jornais e televisões, "Azerbaijão" bem escrito; e em que ouvi em todo o lado, incluindo televisões e telefonias, "Azerbeijão" mal dito. Para não cansar o ouvido, apenas duas amostras: na RTP;  na SIC
Mistérios do organismo?
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sexta-feira, 26 de março de 2021

Bem-vindos ao país cristino [8]

N'
a mais bonita das histórias,
a Cristina de sempre está de volta. *

Quem nos vale?

Em tempo
Cristina Ferreira para Manuel Luís Goucha- Eu sei que esta conversa [ao fim da tarde de 26.Mar.2021 - de 52:35 a 1:36:00] está a ser vista por muitas pessoas que só querem apanhar uma frase minha para escrever o que quer que seja. E acredita que não é a frase mais bonita.

Sou dos que viram, vamos a isso.
CF- o termo "saloia", no qual me orgulho muito, foi usado dezenas e dezenas de vezes ...
MLG- ... com outro sentido, pejorativo.
CF- ... de uma forma prejorativa

Aprenda com o Goucha, senhora, que sempre é um pouco mais instruído
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* Locução melosa de — de quem haveria de ser? — Inês Meneses, o Pedro Chagas Freitas de saias da literatura portuguesa contemporânea.
De resto, nada que espante, pois se até a editora de ambas, CF e IM, é a mesma...

quinta-feira, 25 de março de 2021

Benefícios fiscais

«um pentelho aqui, outro pentelho acolá»

domingo, 7 de março de 2021

Pouca vergonha, muito descaramento? Viva Portugal.

Em nome de Portugal, a RTP vai levar ao Festival Eurovisão da Canção/2021, daqui a dois meses em Roterdão, uma coisa composta por Tatanka [Pedro Taborda], interpretada pelo grupo português "The Black Mamba", com o título "Love is on my side". Portugalidade ressumante.
Pena que a letra seja uma indigência lírica, escrita e cantada num português liminarmente incompreensível.
Mas o pior nem será isso.

Macy Gray lançou em 2001 uma canção chamada "Sweet Baby", com êxito comercial assinalável.

Escutemos agora a portuguesa "Love is on my side".
E agora, "Sweet Baby".
Que tal?
A obra de Tatanka está em Si maior; a de Macy Gray, em Si bemol maior.
Porém, qualquer ouvido treinado e atento percebe, logo a partir dos primeiros compassos, que a tonalidade está muito, muitíssimo longe, longérrimo, de ser a única diferença... E aí, para vexame de Portugal e atropelo da originalidade, é que talvez a porca torça o rabo.

sexta-feira, 5 de março de 2021

«Eu não sou comunista.»

O que o comunista Daniel Oliveira [02.Jul.1969] talvez nos quisesse dizer, no centenário do PCP [06.Mar.1921], é que não é, já não é, militante do Partido Comunista Português.
Ripostará DO que aquilo que ele é ou deixa de ser saberá dizê-lo ele e não eu. Ao que Plúvio redarguirá:
- Decerto, meu caro senhor, mas o que você é é o que você parece.
E não se fala mais nisso.

«Os meus parabéns e o meu agradecimento ao Partido Comunista Português.»
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Declaração de interesses
Para o poder autárquico, voto regularmente na CDU.

terça-feira, 2 de março de 2021

«Foda-se!!!»

- Óscar Cardoso, do mar é que eu não saio

Luís Guerreiro, para cima e para baixo


Etc.

Obrigado, senhor Yamandu.
Por favor, não se vá embora.

Carmo Afonso existe

Dei pela sua existência há cinco anos, no combate aos furos por petróleo e por gás. *
Ultimamente ganhou existência revigorada, com avença no Expresso onde não se cansa de existir, e avença na TVI onde não consegue dizer uma frase sem existir.
Interrogo-me sobre o que terá esta coqueluche da religião esquerdóide Lux Frágil, de que é causídica**, contra o verbo haver.
Mistérios do organismo? Se calhar.

Carmo Afonso, chorrilho de existência.
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* Imagino a amizade e a simpatia que António Costa Silva, o do plano redentor para Portugal, lhe granjeou...

** ... e uma espécie de viúva ["Carta ao Manel"].
Também falei aqui — "Sábado, 21" — de CA.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Despedida do comunitário

Antes de mais, felicite-se o Diário de Notícias.

Masoquista esquizofrénico, terei lido todas as crónicas que o colunista comunitário publicou, de 26.Mar.2009, primeira, a 27.Fev.2021, última.
Por isso não espanta que, na despedida, se tenha metido comigo:
«Fica um abraço apertado a todos os que me foram lendo durante estes anos, tivessem gostado ou detestado o que escrevi.»
Situo-me nos detestantes. Todavia, e não lhe desejando o menor mal  — sou homem de paz e bons sentimentos —, deixo claro que não só repudio o abraço como repudio ainda mais que seja apertado. De resto, estranho gosto, o deste bailarino, em mandar abraços apertados a quem detesta o que escreve. 

Para não variar, a última lauda é um tratado de má escrita, piroseira e lambecusismo.  
Por exemplo,
«Sim, aquela convicção máxima de que daqui a umas semanas pode ser, afinal, uma enorme dúvida.» 
O fraco articulista não alcança que o de arromba por completo o sentido da frase.

«E sim, esta é uma casa de liberdade onde o respeito pela liberdade de expressão é sagrada.»
O respeito ... é sagrado, s.f.f!

«Neste jornal escreveram todas as grandes figuras da nossa comunidade dos últimos 150 anos, ter tido o meu nome e a minha carantonha no mesmo sítio onde toda essa gente esteve faz-me quase rebentar de vaidade.»
Todas as grandes figuras? Todas, todas mesmo? Peça, que na volta do correio o Plúvio manda-lhe rol das que nunca escreveram no DN.
Ó homem, não beba tanto! E enxergue-se, ponha-se ao nível.
No mais, não quero imaginar o que seja «grande figura» para este apedeuta do pensamento e das letras.

«Para aqueles para quem, agora sei, fui injusto ou me enganei mesmo acerca do que teriam dito ou feito, as minhas sinceras desculpas.»
Nada de novo, retórica dos melros.
Quanto às «minhas desculpas», tome lá. Quanto às «sinceras», embrulhe aí.

«Gente que trabalha muito para além do limite do exigível, que ganha muito mal para o que tem de fazer todos os dias e que só um enorme profissionalismo, extraordinário sacrifício e espírito de missão faz que este jornal continue vivo.»
Que tal «com» entre «só» e «um», seu aéreo?

«Fica um último pedido: comprem o DN e outros jornais.»

«E agora vou-me embora. Até sempre.»
Boa viagem, a mim não deixa saudade.
//
Entretanto, em momentos destes assomam sempre jograis da bajulação oportunista videirinha:

«A evolução da nossa relação com o mundo. Sinto muito isso, sobretudo quando o mundo muda tanto à nossa frente. Abraço, vais fazer falta no DN.»

«Belo texto, Pedro. Já o partilhei no FB. Um abraço grato por tudo.»
PML: Obrigado, manel

«Vou sentir a tua falta no DN. Espero continuar a ler-te noutro jornal. Um beijo grande»

«Como leitora do DN, vou sentir a falta da sua opinião. Espero poder lê-lo num outro jornal (ou revista). E continuar a ouvi-lo na TSF e na SIC. Precisamos de comentadores independentes e sérios. O que não significa que esteja sempre de acordo com a sua análise e comentários.»


Mal se desculpa, finalmente, que pelo menos aos seus devotos PM Latanoprostático não tenha dado, sabemos cá se por vergonha, manha ou segredo de ofício, uma justificação, ou esboço dela, para a saída.
Se foi dispensado, redobro, enquanto leitor de sempre e assinante, os parabéns ao DN. Medida de asseio que, a meu ver, peca por manifestamente tardia.
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Espera-se que já tenha ido confirmar como se escreve e se diz «apparatchik».