O
comunitário Pedro Marques Lopes, ateu licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa,
viciado em golfe, maluquinho do Futebol Clube do Porto, devoto incondicional do
meu presidente, o impoluto Jorge Nuno Pinto da Costa, e adepto gaiteiro de Marcelo, o nosso
presidente-arlequim, cidadão abastado que pôde por exemplo
despender em 1999 436.450,00 € numa moradia unifamiliar na Quinta do Peru, com púlpito permanente na TSF, no Diário de Notícias, no Jornal de Notícias e nas Produções Fictícias/SIC, psitacídeo contumaz do «Estado de direito democrático liberal», antigo
apaniguado de José Sócrates, aparenta nos últimos 10 anos viver atormentado com
a questão da justiça em Portugal. Recorrentemente enfurecido com procuradores da República indistintos e dois ou três juízes, mancomunados com o Correio da Manhã, e com o atropelo dos, quanto a ele, quatro inamovíveis e sacrossantos pilares dos tribunais — preservação
absoluta do
segredo de justiça,
absoluta presunção de inocência, inversão do
ónus da prova no enriquecimento sem causa e
delação premiada absolutamente repudiáveis —, PML mostra-se na sua peleja
solidariamente ao lado de Rui Rio, que disfarça mal o rancor antigo que devota ao Ministério Público, alinhado com Daniel Proença de Carvalho [presidente do Conselho de Administração da Global Media Group a quem PML vende opinião no DN (
rigorosamente a mesma, com o exacto mesmo guião, que dois dias antes vendeu à SIC de Pinto Balsemão — estúpido é que ele não é, há que saber facturar), no JN e na TSF, advogado pretérito de José Sócrates, pai de Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado e de quem o próprio PML é constituinte] e de menstruação opinativa invariavelmente sincronizada, do que guardo registos profusos, com os seus amigos do peito no DN, Ferreira Fernandes, ex-recente director e Fernanda Câncio, grande repórter.
*«Faço minhas, se ele [Daniel Oliveira] me permite, as palavras dele, e acrescento uma coisa que é importante. Até nestes casos, até nestes casos, é fundamental a presunção de inocência. É particularmente nestes casos que é preciso a presunção de inocência.
DO- Quanto piores os casos...
PML- ...
Quanto piores os crimes mais necessários são (?!)
. Porque só quando nós tivermos, a comunidade tiver — eu acho que tem e perdeu-a (?), não sei agora, é análise para outra altura — , quando nós perdermos esse valor essencial, é aí que abrimos as portas a juízas que não sabem ser juízas [...]
Já sei que vou ter uns tipos no Facebook, mas é nestes que é fundamental a presunção de inocência.»
Pedro Marques Lopes, arcanjo da decência penal, para sossego cívico da comunidade.
Pedro Marques Lopes insiste com frequência em advertir a comunidade com um argumento que tem tanto de aparente mérito como de descarado sofisma: Sim, porque hoje são os outros mas amanhã podemos ser nós as vítimas destas iniquidades da justiça.
Cada qual sabe da suspeita ou sarilhos em que pode incorrer, cada qual sabe das linhas com que se cose, cada qual sabe de quem é compincha ou com quem se deita.**
Sem prejuízo da razão que pontualmente assista à sua incontinente diatribe judiciária, que teme Pedro Marques Lopes? Que concreta vileza da justiça
o amedronta tanto e tão pessoalmente?
Considerações gerais de PML sobre a
justiça e sobre o
caso de Sócrates em particular,
05.Mar.2017
PML: «
Não tenho medo nenhum de exagerar. O maior problema da nossa democracia chama-se sistema de justiça.»,
28.Out.2017 [Eixo do mal]
PML: «
Se, há décadas, toda a gente olha para o lado enquanto a nossa Justiça se vai degradando, porque diabo o conselheiro Gaspar faria diferente? […]
O estado da Justiça é o maior problema estrutural do nosso regime. Aliás, a única instituição que regrediu em Portugal desde o 25 de Abril foi a Justiça. [...]
É que convém não esquecer: não há assunto mais político do que a Justiça.»,
29.Out.2017 [Diário de Notícias]
Já agora, ó doutor Pedro Marques Lopes, leu-a toda? Morro de curiosidade por saber que «erros gravíssimos» encontrou.
PML e os
megaprocessos: «
Os megaprocessos são na esmagadoríssima maioria das vezes processos que acabam por ter um cariz político, na perspectiva em que o poder judicial pretende aparecer como combatente contra enormes conspirações com origem no poder político. A justiça, no fundo, coloca a aplicação do direito em segundo lugar e quer surgir como uma espécie de salvadora do sistema. Ou seja, não cumpre o seu papel.» -
02.Fev.2019
era mais de chapelinho
Prá Frente Portugal!
contra Mário Soares
A propósito da comemoração do 25 de Abril, o impenitente e progressista democrata de sempre informa-nos, ufano, de que desce a Avenida da Liberdade desde 1976. Aí, tinha PML, filho de família reaccionária do Minho, nove anos. Sobre isso há uma história interessante que hei-de contar.]
PML: «
o estado da justiça é, sem dúvida rigorosamente nenhuma***, o maior problema institucional do nosso país.», 21.Set.2019
PML: «
As soluções para o lodaçal e roubalheira generalizada em que supostamente vivemos já são conhecidas: inverte-se o ónus da prova, instaura-se a delação premiada, limita-se a presunção de inocência»,
23.Nov.2019
PML, o problema da
justiça e a democracia em risco,
05.Mar.2020
Não sei de textos ou discursos de Pedro Marques Lopes, que fala amiúde de cobardia e de coragem****, acerca da integridade e do escrúpulo.
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*** Sem dúvida rigorosamente nenhuma é como usam pronunciar-se os idiotas.
**** PML, "A tabloidização da Justiça e os
cobardes",
09.Abr.2017
«
A estratégia é esta: Vamos fazer crer as pessoas que Marcelo é mais um membro da geringonça. […] Daí vêm o texto de Passos e estas declarações de Marcelo. O problema é que são cobardes e a cobardia nota-se logo. E qual é a cobardia disto? É que eles não têm mesmo coragem de dizer claramente que Marcelo Rebelo de Sousa é da geringonça.» -
30.Set.2018, de 01:00 a 05:00
PML, acerca de «cobardes» e «colaboracionistas» no Correio da Manhã:
«
Clara [...]
, sabes do que é que tu precisas? Precisas que não haja colaboracionistas e cobardes. E eu digo quem são os colaboracionistas e os cobardes. Os cobardes são as pessoas que são atacadas e não dizem uma palavra contra o Correio da Manhã. […]
Os colaboracionistas são pessoas como Santana Lopes, Assunção Cristas, que escrevem naquele jornal.» -
04.Fev.2018 Pena a
coragem e o fôlego de PML não terem dado senão para dois «colaboracionistas». Gostaria de ouvi-lo a chamar com idêntico vigor nomes feios, por exemplo, a Adolfo Luxúria Canibal, Alexandre Pais, Ana Gomes, Carlos Moedas, Eduardo Cintra Torres, Fernando Ilharco, Francisco José Viegas, Francisco Moita Flores, José Rentes de Carvalho [
fez 90 anos há três dias e está aí para as curvas], Joana Amaral Dias, João Pereira Coutinho, José Jorge Letria, Leonor Pinhão, Luís Menezes Leitão, Manuel S. Fonseca, Marcos Perestrello, Maria Filomena Mónica, Rui Pereira ou Rui Zink,
colunistas regulares do CM, qualquer deles incomparavelmente melhor a analisar ou a prosar do que PML.
«
Felizmente não faço as figuras — por uma questão de higiene —, não faço as figuras de certos comentadores que vivem à conta do facto de alguém lhe [
sic] pôr processos.» -
20.Mai.2018
- Mas ó Plúvio, a figura pública de Pedro Marques Lopes é assim tão má?
- É pior. Acho que
Ricardo Araújo Pereira,
aqui e
aqui [
sonsinho..., parvinho..., patético ... Ninguém percebe a projecção pública que tem ... Porque é que o Pedro Marques Lopes é o cronista mais bem sucedido do país? ... Não escreve bem, não tem graça...***** ], foi demasiado benévolo.
Fica para próximo verbete a minha demonstração de que PML é pior.
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***** Amigos para ocasiões:
«Reagir a uma crítica com bullying e ataques ao carácter revela dificuldade em estar no espaço público sem ser tratado como uma santinha. O que ouvi do RAP sobre PML esteve ao nível das redes sociais. Pequeno, despropositado, rancoroso e dispensável. O Ricardo tem talento para mais.»
«foi uma enorme surpresa, nunca tínhamos visto nada assim vindo dali. ataques de carácter? ir buscar cenas q não têm nada a ver? optar pela facilidade da piada boateira e pla rasquice da calúnia? considerar-s intocável e acima d crítica? mandar bocas ordinárias? nem pensar.»