domingo, 30 de janeiro de 2022

sábado, 29 de janeiro de 2022

Veríssimo, o filósofo

«Uma derrota tem sempre um* aspecto negativo.»

Se é manifesto que na Gramática dá cartas a Jorge Jesus, na Filosofia não lhe fica atrás.
_______________________________
* No mínimo.

'onça

Soam-me feias as palavras em 'onça.

Atraem-me e gosto dos significados primordiais que geringonça tinha nos dicionários da língua portuguesa até 2015.
Todavia, Geringonça, para consagrar o arranjo político de 2015, sempre se me afigurou denominação desagradável.
Mas quem sabe se por ironia histórica acabou em devir na palavra mais adequada ao retrato do carácter político de António Costa: pessoa de valores volúveis, princípios adaptáveis e escrúpulo difuso. Quem sabe...  


Parafraseando um ser admirável, se não gosta destas, tenho outras.
________________________
* Em actualização constante.

Mija um português,

mijam logo dois ou três.

E se um português bebe?...

Acordo Ortográfico - Catarina Martins inventa e aldraba

Para que conste.

A fechar o "Debate da Rádio", de 20.Jan.2022, Judith Menezes e Sousa, da TSF, inquiriu os sete líderes partidários intervenientes — PSD e CHEGA não compareceram — acerca do AO1990, para uma resposta simples, "sim" ou "não" [protesto e acho mal que havendo simples não haja nãoples]. 

Judith- Revisão do Acordo Ortográfico, sim ou não?

Inês Sousa Real, PAN- Sim. Ou seja, acho que tem havido um grande desacordo em relação ao Acordo. E portanto, sim, acho que esse debate deve ser reaberto.

Francisco Rodrigues dos Santos, CDS-PP- Sim, está no nosso compromisso eleitoral rever o Acordo, claro.
Verdade.
«Compromisso Eleitoral do CDS-PP - Legislativas/2022
[...]
COMPROMISSO CULTURA E PATRIMÓNIO
[...]
MEDIDAS:
Reverter o Acordo Ortográfico de 1990;
[...]»

João Cotrim Figueiredo, Iniciativa Liberal- Sim, rever o Acordo.

Rui Tavares, LIVRE- Bem, é um tratado internacional. Pode sempre ser revisto, pode ser melhorado, mas acho que Portugal e o Brasil, e os outros países de língua portuguesa devem preocupar-se com a promoção da nossa língua no estrangeiro e o facto de por exemplo nos leitorados poder haver..., não haver professores que ensinem uma ortografia e outra ortografia é importante para a divulgação da língua portuguesa no exterior.
Rui Tavares raramente desperdiça uma oportunidade de pesporrência. Apreciem-se os quilómetros de lixo que usou para dizer «Não». 

João Oliveira, PCP: Por nós, há 16 anos que estava revisto, não só o tratado mas o conteúdo do Acordo que é sobretudo isso que interessa.

Catarina Martins, BE- Há questões de sim ou não que na verdade…, a resposta de sim ou não pode enganar. O Acordo prevê ele próprio que haja estudos e revisões ao longo do tempo e, portanto, se algum de nós estiver a dizer que não quer essa revisão está a dizer que não quer o próprio Acordo [!?!?!?]. Ou seja, se calhar estamos a enganar-nos uns aos outros. O Acordo prevê que se perceba como é que ele foi implementado, que seja estudado e que seja melhorado.
O caso da BEata Catarina é mais sério. A coordenadora do Bloco de Esquerda não sabe o que diz. Inventa e aldraba.
Explique-nos por favor em que passagem do mostrengo se prevêem estudos e revisões; explique-nos sobretudo em que ponto da aberração criminosa se prevê que se perceba como foi implementada, que se estude ou que se melhore.
Fico à espera.
Não se admire se Deus — sim, esse, o do Papa Francisco — lhe der amanhã uma valente coça...  

António Costa, PS: Acho que o Acordo deve fazer o seu caminho.
Judith- Portanto, quando for altura de o rever, deve ser revisto…
António Costa: Como todos os acòrdos.
Pronúncia correcta de «acordos».
Mimetizando o narcisista messiânico do LIVRE, o Primeiro-Ministro aproveita todos os ensejos de falar ao país para reforçar o prestígio, aliás robustamente consolidado, de torcionário da língua portuguesa. António Costa não desilude.
__________________________________________________
Já que estou com a mão na massa,
«Programa Eleitoral do PSD - Legislativas/2022 [redigido em acordês] 
[...]
A língua
O Português é a expressão da nossa identidade coletiva e da presença de Portugal à escala global, sendo que as diferenças no uso da língua portuguesa não a empobrecem, mas antes revelam as diferentes dinâmicas culturais de cada país na sua apropriação. A tentativa da uniformização ortográfica não constituiu qualquer vantagem face ao mundo globalizado, pelo que o PSD defende a avaliação do real impacto do novo Acordo Ortográfico.
[...]»

Nos outros programas eleitorais, incluindo o de João Cotrim Figueiredo [redigido em acordês], nem uma linha acerca de ortografia.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Miau béu-béu, pozinhos de Inês, declaração de voto

Tenho igual respeito bíblico e o mesmo olhar de maravilhamento, (in)compreensão e espanto por todos os bichos, dos que mato para comer aos de que fujo para não me matarem, dos que me divertem ou com que me divirto, dos que me proporcionam sensação de bem-estar aos que aspirjo diligentemente

Dito o que, me encanita — olha o étimo, Plúvio... — o uso de repertório antroponímico para o chamamento de animais e sou preconceituoso o bastante para não votar num candidato pela razão singela de chamar Camões ao gato. 
É o caso de Rui Tavares. Cumpre acrescentar que, para piorar o apreço pela humanidade, RT tem ainda um Leôncio e um Emílio e que um vate felídeo está longe de ser o único motivo da minha embirração pelo pai do LIVRE, esquerda verde europeia, cruzes canhoto. 
Mas Camões tira-me do sério. Acho um insulto de lesa-pátria.
Sabendo nós que o mais próximo que Camões está de miar n' Os Lusíadas é na estrofe n.º 153 do canto X,  
«[...]
De Formião, filósofo elegante,
Vereis como Aníbal escarnecia,
[...]», 
apetece-me dizer a Rui Tavares: Vá chatear o Cam..., perdão, o camandro!

Recapitulando,
Rui Rio tem um Zé Albino
André Ventura, uma Acácia,
Luís Pedro Nunes, um Rufino, além de uma Melancolie, belo nome, 
Daniel Oliveira, um Tobias e um Simão, além de uma Bica, nome aceitável para cadela, 
Ricardo Araújo Pereira, uma dona Custódia, entre outras humanizadas criaturas,  não constando que, ao baptizar de Custódia a cadela, RAP pretendesse homenagear a mãe, alguma avó ou parente próxima. 
De resto, não conheço ninguém que ponha nomes da sua família ou de amigos a bichos seus e que dando aos animais nomes de gente queira com isso homenagear pessoas que estima. Porque será?...
Assim, hei-de reconhecer critério asseado a António Costa, que tem uma Naná e um Docas, ou a João Cotrim Figueiredo que tem uma Bala.

No entanto, o que me encanita — olha o étimo, Plúvio... — ainda mais, muito mais, é, no seguimento dos nomes próprios, a alucinante antropomorfização da bicheza pela aplicação à dita cuja, nos usos e costumes dos "amigos dos animais", do preceituário consignado na Subsecção V ("Lei reguladora das relações de família", artigos 49.º-61.º) da Secção II do Capítulo III do Título I do Livro I do Código Civil português.

Observo na rua uma exemplar de "homo sapiens" falando com o cão: Venha cá à mãe!  
Estremeço.

Estupefacto, acompanho numa rede social planetária a conversa pública de uma das mais graduadas jornalistas portuguesas em actividade com uma deputada municipal do Bloco de Esquerda [ex-militante do CDS-PP] de que a jornalista se intitula chocarreiramente «mãe», falando dos dois gatos da «filha» bloquista:
Que lindos os meus netinhos ... Quem é que lhes explica que não sou mãe deles? ... Ai estão tão lindos os meus netinhos. Que pena ir deserdar a mãe deles ... Gosto que lhes preserves as carinhas do olhar do público. Privacidade para as crianças, sempre. ... Não quero expor os meus filhos tão novos. Quando crescerem, logo decidem. ... As crianças estão saudáveis, a crescer bem ... É a menina ou o menino? ... O menino.
Sei que brincam. Mas se não há por ali evidência de degradação civilizacional, digam-me o que há.

Enquanto isso, Marco Paulo foi avô. Com muito orgulho.

//

Agora, Inês, metralhadora daquilo que é, a quem, se pudesse, atribuiria desde já o óscar da melhor máscara do mundo no sub-ramo "Prosa ensaística".   

Na existência longa que levo de espectador de congressos, não me lembro de nenhum com tantas interrupções para aplausos. Como se a cada 30 segundos ISR emitisse uma ideia nobelizável. 
Ouvi bem; leu bem, caro(a) leitor(a) - Inês disse «dignidade». 

«protecção de todos os animais* e não apenas de alguns»
* Confio em que Inês não se estava a esquecer da vespa asiática.

«pelo menos uma pequena vila canadense foi inteiramente consumida pelas chamas»
No que dá um copipeiste de notícia brasileira...

Enfim, admirável mundo novo...

//

Razões estritas de educação impedem-me, nesta altura, de votar no PS ou no CHEGA.
Ciente do arcaísmo político que representa o Partido Comunista Português que, em indetível declínio de representatividade deixou definitivamente de poder integrar qualquer comité governativo do país ou de influir nos destinos do mundo — e daí nenhum mal advirá —, votarei depois de amanhã, 30, na CDU | PCP-PEV.  Há causas pontuais avulsas em que me revejo no entendimento do PCP, designadamente na prudência com que encara a biosfera ou na perseverança com que defende — é a única organização partidária parlamentar a fazê-lo coesa e consistentemente desde o início — a sanidade da língua, contra o Acordo Ortográfico de 1990 - PCP!, PCP!, PCP! Além de que, detestando João Ferreira, simpatizo há muito com a pessoa de João Oliveira.
Voto hormonal, pois.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Maioria absoluta. Suponhamos

que, por insano alinhamento dos astros, os BEatos de Trótski obtinham maioria absoluta nas legislativas...

Serão alto, de domingo para segunda, lá teríamos de levar em todas as televisões com a indignada e belicosa Catarina, de prolação à beira de apneia, com o incansável Oriola ao lado:
O Bloco de Esquerda não pode deixar de, nesta noite de pesadelo, denunciar e repudiar o escandaloso cambalacho eleitoral que acaba de ser consumado nas costas de todas as portuguesas e de todos os portugueses, ludibriadas e ludibriados, e exigir a anulação imediata dos resultados que rejeitamos com veemência!

Quem pariu esta gente?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Marea João Avellez

insiste, 250 anos depois, em dizer «(in)verosímel».

De facto, «parece inverosímil, parece impossível» em personagem desta arqueológica notoriedade
Mas que se há-de fazer? Chamar a imel?
Vendo melhor, nem será bem tique; é mais tique-burro.

Disparate truístico

«entrevista... com três tónicas principais»*
25.Jan.2022

Querem ver que a protossocialista Dra. Mafalda Anjos anda a aprender a falar como o seu recém-apaparicado do Dr. PML, conhecido na Bobadela por Posaconazol?...
______________________________________________
* Pior, só mesmo a poderosa e afamada «tónica dominante».

domingo, 23 de janeiro de 2022

Da sua própria vaidade

Quando um narciso com a rutilância de José Sócrates, repare... repare... repare...,  acusa Carlos Alexandre de vaidade desmedida, como o acusou anteontem — conceda-se que CA é um tanto vaidoso —, os Himalaias inteiros tornam-se termo de comparação acanhado para confrontar a vaidade ultra-mega-supra-himalaica do filosofante engenheiro da Covilhã com a mal disfarçada vaidadezinha do simplório e respeitável juiz de Mação.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose

«À atenção da LUSA e demais órgãos de difusão.
Exmos. senhores,
Quantas outras oportunidades ides desperdiçar de introduzir no noticiário a doença mais comprida da nossa língua?

Cinzas em Tonga.

Bem sei que mal cabe num tuíte mas, vá lá, aproveitem.
Obrigado e cordiais cumprimentos.
________________________________________
«Boa noite, caro Plúvio, ex-campeão ou que merda é.
Devo advertir sua Exa. de que se antes usou 'ides desperdiçar' deveria ter usado depois 'aproveitai'; se usou 'aproveitem' deveria ter usado antes 'vão desperdiçar'
Com os melhores cumprimentos,»
Etc. e coiso.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Li | Na *

Rui Tavares sabe-a toda.
É bom em quase tudo:

Química - Contra o lítio, pelo sódio.

Dança - Contra o precedente, pela afro-saliência.

"O estranho caso do Livre (e de Rui Tavares)"

RT parece possuído, desde a adolescência, por um projecto messiânico pessoal, enfatuado, de redenção da humanidade. Ouço por todo o lado, nesta campanha, Uma voz como a de Rui Tavares faz falta e merece estar  no parlamento.
Talvez faça. [Até eu, ingénuo, fui no engodo de, sem sucesso, o empurrar para Estrasburgo]. Mas então porque não se inscreve Rui Tavares no PS? Não é esse actualmente o redil político onde caberia e poderia exprimir sem risco de dissenso, e com proveito tribunício, o seu luminoso pensamento? Não seria muito mais simples, eficaz e barato? Acaso não se coligou ele recentemente com Medina?
Pois, o Livre é rasca mas o bicho é muito vaidoso. E a cagança fode tudo.
Como, com pertinência feliz, sugere Luís Aguiar-Conraria, Rui Tavares é uma metempsicose 2.0 de Carmelinda Pereira que só deixará de nos azucrinar com o seu ideário salvífico quando a lei natural do tempo lhe entorpecer a vivacidade do pio.
Enquanto isso, não lhe faltará colo de toda a comunicação social progressista que desjejua nas tascas de Campo de Ourique e arredores.   

__________________________________________
- Se for eleito(a), qual vai ser a sua primeira iniciativa legislativa?
Jorge Nuno Sá- Descongelar a carreira dos enfermeiros.
Maria Cidália Guerreiro- Revogar o Código do Trabalho fascista.
José Pinto-Coelho- Mudar a lei da nacionalidade.
Bruno Fialho- Decretar o fim da pandemia.
Amândio Madaleno- Salário mínimo de 1000 euros.
Renata Cambra- Prisão e confisco dos bens de quem roubou o país.
Poesia, pois,

E não se fala mais no assunto.
Viva Portugal!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

«Geração mais qualificada de sempre»

Já não há pachorra para o mantra da «geração mais qualificada de sempre» com que os feirantes do costume insistem em enfeitiçar o povoléu, como se de inaudita novidade se tratasse.
 
«As novas gerações, que são as gerações mais qualificadas de que o país alguma vez dispôs [...]»

Pelo amor da santa, doutor António Costa!
Am-lá-ver... Afinal, que há de novo ou de diferente em a geração dos jovens de hoje ser a mais qualificada de sempre? Então, as novas gerações do século XII, as novas gerações do século XVI, as novas gerações do século XIX, a geração de 1921, a geração de 1974, a geração de 2000, não eram no seu tempo, pela lei natural das coisas, igualmente as gerações mais qualificadas de sempre?
E ai de nós, andariam os planetas ao contrário — em sentido retrógado, diria a doutora Ana Gomes — se a nova geração de 2047 e a novíssima geração de 2088 não forem, cada qual na sua vez, as mais qualificadas de sempre.

Pelo amor da santa, poupem-nos a tanta demagogia!

Alekos fazia anos a 13 de Dezembro

 Deixou de fazer.

domingo, 16 de janeiro de 2022

... E nas questões lexicais?

ÚLTIMA  HORA

A doutora Ana Gomes diz «retrógado».

Manda-se prender?

____________________________________
Ana Gomes não está sozinha no solecismo.
Luzida gente, como Rui Rangel ou a mulher do brinco, também retrogada.
Os três, AG, RG e CFA, formados em Direito por universidades portuguesas. Se calhar é disso.

sábado, 15 de janeiro de 2022

Nuvem negra

José Gouveia, presidente da Associação Nacional de Discotecas:
«temos sempre esta nuvem negra da incerteza a pairar sobre as nossas cabeças»

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Bom dia. O Pedro Marques Lopes é um indigente *

No tópico "Justiça" do confronto de ontem à noite com Rui Rio, António Costa, primeiro-ministro incumbente, disse:
«É entendimento em todas as instâncias internacionais, desde o Conselho da Europa à Comissão Europeia, todos, de que não controlar os órgãos de gestão da magistratura é fundamental garantia da sua independência para garantir a independência dos magistrados [...] A magistratura do Ministério Público é uma magistratura hierarquizada [...] O que não existe no Conselho Superior do Ministério Público é uma maioria de representantes do poder político. E porque é que é perigoso que exista? Porque a autonomia do Ministério Público é a melhor garantia que os cidadãos têm de que, se houver alguma suspeita sobre mim, sobre o doutor Rui Rio, sobre quem quer que seja, o Ministério Público usa de toda a sua autonomia, ninguém está acima da lei, é assim que os cidadãos podem ter a garantia de que a lei é igual para todos e também é assim que eu posso andar de cabeça levantada na rua porque os portugueses sabem que se eu não estou a ser investigado não é porque eu controlo a magistratura, é porque a magistratura independente não tem nenhum facto que leve à investigação.»
«O programa do PSD, se me permitem, é um programa muito perigoso, relativamente à justiça. E eu escolho bem a palavra quando digo 'perigoso'. Porque a maior garantia que nós podemos ter de que a justiça é igual para todos é a garantia de que a justiça não é sujeita ao controlo do poder político. [...] Dar força à Polícia Judiciária e respeitar a autonomia do Ministério Público são duas condições fundamentais para fortalecer o Estado de direito, designadamente no combate à corrupção.»

António Costa, factualmente correcto e bastante razoável, não sendo de excluir algum fariseísmo de oportunidade eleitoral — o povo vai gostar de me ouvir falar contra a corrupção... — com que atacou Rui Rio num dos seus desideratos governamentais mais arreigados e tenebrosos, com aroma a vindicta pessoal: a subjugação dos procuradores da República.   

Constituição da República Portuguesa
«[...]
Ministério Público - Funções e Estatuto
[...]
2. O Ministério Público goza de estatuto próprio e de autonomia, nos termos da lei.
[...]
4. Os agentes do Ministério Público são magistrados responsáveis, hierarquicamente subordinados, e não podem ser transferidos, suspensos, aposentados ou demitidos senão nos casos previstos na lei.
[...]»

Estatuto do Ministério Público
«[...]
Artigo 3.º - Autonomia
1 - O Ministério Público goza de autonomia em relação aos demais órgãos do poder central, regional e local, nos termos da presente lei.
2 - A autonomia do Ministério Público caracteriza-se pela sua vinculação a critérios de legalidade e objetividade e pela exclusiva sujeição dos magistrados do Ministério Público às diretivas, ordens e instruções previstas na presente lei.
[...]
Artigo 97.º - Estatuto
1 - Com respeito pelo princípio da autonomia do Ministério Público, os seus magistrados são responsáveis e hierarquicamente subordinados, nos termos da Constituição e do presente Estatuto.
2 - A responsabilidade consiste em responderem, nos termos da lei, pelo cumprimento dos seus deveres e pela observância das diretivas, ordens e instruções que receberem.
3 - A hierarquia é de natureza funcional e consiste na subordinação dos magistrados aos seus superiores hierárquicos, nos termos definidos no presente Estatuto, e na consequente obrigação de acatamento por aqueles das diretivas, ordens e instruções recebidas [...]
[...]»

Hora e meia depois, Pedro Marques Lopes este fabuloso e ubíquo sujeito [11 páginas de biografia], sim, este escuteirinho sempre em boas companhias, Pedro Marques Lopes, um pândego mentiroso, como, fez agora um ano, aqui procurei provar ["Posaconazol...", ver parágrafo "Vamos a coisas doutra densidade"], que em todos os "25 de Abril", desde 1976, desce a Avenida da Liberdade — comentou o debate:
«Algo que me incomoda,
António Costa disse coisas muito graves em relação à justiça. Muito graves. Fez lembrar o Chega, aliás. Mentiu, ou enganou-se, vou dizer, enganou-se. Disse que o Ministério Público tinha uma estrutura hierarquizada. É falso. Tem que ler melhor a Constituição. Isso não é verdade. E depois pintou uma manta incrível sobre a maioria de políticos no Conselho Superior do Ministério Público. Aquilo é para enganar, porque há imensos conselhos superiores do Ministério Público por esta Europa fora, em democracias em que os designados pelo poder político estão em maioria. [...]
Isso é grave, porque a justiça é um tema muito importante para a nossa comunidade e um primeiro-ministro dizer este tipo de coisas e fazer um apelo demagogo e populista à questão da justiça, eu acho perigoso. Acho isto insustentável.»

Nada de surpreendente em Pedro Marques Lopes. Ainda assim, terá atingido ontem o limite da indigência. Na TSF, na Visão e sobretudo na SIC ainda acharão Pedro Marques Lopes um opinador respeitável? Insistindo em PML, Domingos Andrade, Mafalda Anjos e Ricardo Costa continuam a vender uma fraude aos seus clientes.
Quanto não tem valido a Pedro Marques Lopes o matrocínio de Fernanda Câncio e a protecção salvífica de Nuno Artur...

Pelo lastimoso e inacreditável comentário acima reproduzido, Pedro Marques Lopes nunca deverá ter aberto a Constituição, muito menos a legislação enquadradora da natureza e funcionamento do Ministério Público. Como tenho reiteradamente tentado mostrar, PML é um falante pesporrente que sabe pouco e não lê muito.  
Já o incómodo vem-lhe de longe. Um pouco ao acaso, ataques e ofensas descabeladas [sim, falo de couro cabeludo] de PML ao Ministério Público, a propósito de arcanjos de bondade e escrúpulo como José Sócrates, Ricardo Salgado, Joe Berardo, António Mexia, Manuel Pinho, Luís Filipe Vieira ou Rui Moreira:







quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Assalto ao Capitólio

«Continua uma azáfama normal ... Rui Rio,o presidente do PSD, será o primeiro a chegar aqui ao Capitólio, às oito e dois minutos da noite. Oito minutos depois, a partir das oito e dez, será António Costa, o primeiro ministro e o secretário-geral do PS* a chegar aqui ao cineteatro Capitólio.»

Os deuses sabem da minha panca pelo alcance cirúrgico do «cerca de» e pelo rigor das quantidades. Rigor que, depois da ensinança de Bagão Félix, deixei de confundir com a exactidão e, mais rigorosamente ainda, de baralhar com a precisão.

Entretanto, fico a meditar na epistemologia da «azáfama normal».
____________________________________
* Ó Gonçalo, pá, falando assim fizeste crer aos senhores telespectadores que vão chegar ao Capitólio três pessoas: o Costa, o primeiro ministro e o secretário-geral do PS. Não te parecem socialistas a mais?...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

mente veloz

«claramente ... aparentemente ... claramente-precisamente ... manifestamente ... claramente ... obviamente ... claramente-obviamente ... obviamente ... sistematicamente ... manifestamente»

PDA, porventura o político no activo que mais advérbios de modo consegue injectar por minuto de salivação*; PDA, vistoso e gárrulo deputado, uma das vozes proeminentes, a par de Isabel Moreira e Pedro Nuno Santos, do flanco armado bloquista fracturante infiltrado** no PS que, entre outros gloriosos conseguimentos, perdeu em Setembro passado para o médico Ricardo Mexia, da coligação Novos Tempos de Carlos Moedas, o Lumiar, maior freguesia de Lisboa.

Com menos palavras e inteira honestidade, o que quis vir dizer foi que o Dr. Pedro Delgado Alves é claramente-obviamente-manifestamente um fala-barato, perdão, fala-baratamente.
______________________________________
João Cantiga Esteves pede-lhe meças, mas JCE, igualmente professor, não é político.

** Ena, ena, Plúvio, quatro adjectivos de rajada?!
E os outros é que salivam...

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Bem-vindos ao país cristino [10]

O primeiro-ministro voltou ao pro$tíbulo do sete-seis-um-duzentos-novecentos.
A três semanas das urnas tudo serve, nada de novo.
Lá que é um bocadinho degenerescente, é.

... Ah!, tava-me a esquecer ... tenho um grande beijo pra si dum grande admirador seu.

De quem houvera de ser? Do arlequim, pois.

Portugal está nisto.
____________________________

Lacerda é aquilo que é

António Lacerda Sales, socialista carreirista de Leiria, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde no XXII Governo, é um patusco que, como tenho anotado, pouco deve à cultura e menos deve à elegância do, digamos, dizer.

«[...]
juntar durante a manhã aquilo que são as crianças e durante a tarde aquilo que são os professores porque salvaguardamos aquilo que é a comunidade escolar.
[...]»

Num tempo e num país onde crescentemente se vão dignificando cães por quem pouco espanto haveria de vir de um governante a tratar crianças e professores por aquilo.
Mas a mim, confesso, não só ainda espanta como começo a ficar estarrecido.
_______________________________    

domingo, 9 de janeiro de 2022

António Costa e os sacramentos da Santa Madre Igreja

No frente-a-frente eleitoral com Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS, António Costa, secretário-geral do PS e primeiro-ministro incumbente, procurou enaltecer como grande passo em frente civilizacional o acolhimento na ordem jurídica portuguesa [Código Civil] do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Exprimiu-se assim:
«Fez ontem 12 anos que passou a ser possível que pessoas do mesmo sexo pudessem contrair o matrimónio.»

Alguém explique ao trapalhão que Matrimónio é um sacramento da Igreja e que o Código de Direito Canónico não aceita outro que não seja o matrimónio entre um homem e uma mulher.

Acho lamentável e decepcionante que um primeiro-ministro tripudie o credo de 81% do povo que governa, ignorando ou confundindo alarvemente elementos basilares do catolicismo.

Mas tratando-se de um «eminente jurista», é muito possível que o trapalhão seja eu.

O nosso vizinho de Arroios

Não me canso de admirar Yamandu Costa e de espicaçar a atenção para ele. Fi-lo, designadamente,
aqui ou

Pela música, pelo raro génio, pela graça, pela bondade e, não menos importante, pela não-cagança* ligada a isso.

«[...]
A gente passa muito rapidamente pela vida e mais ainda pelas vidas das pessoas. Às vezes uns segundos... Porque não deixar uma impressão agradável, boa e generosa no melhor sentido que isso possa ter?
[...]»
Micro-resenha biográfica e conversa por/com Henrique Mann

Pedem-lhe que crie conta na página?
OK, leia aqui.

________________________________________
* Ia a dizer pela simplicidade — jamais pela humildade que é coisa bem diversa — , mas até simplicidade poderia suscitar compreensão equívoca do que quero dizer. Assim, na falta de melhor, não-cagança parece-me menos mal.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Socorro!

«Eu sei que a extrema direita não gosta nada do Papa Francisco, mas o Papa Francisco tem uma frase muito sensata a que podemos estar atentos, que é que Não podemos ignorar que esta economia mata.»

«Vai-me perdoar que volte ao Papa Francisco ... o Papa Francisco dizia Se fosses um migrante e um refugiado e te travassem com arame farpado o que é que pensavas?»

Quando a timoneira de uma religião protocomunista estribada na Quarta Internacional — odeia a América, abomina Israel, odeia a União Europeia, abomina o Euro, odeia a NATO, abomina a Igreja Católica — cauciona dois itens do seu programa com palavras de Sua Santidade, o Chefe de Estado do Vaticano, uma de duas,
- desespero de náufraga;
- populismo vil e demagogia eleiçoeira.
Como a segunda explicação é reserva exclusiva do opositor que enfrentava, Catarina Martins só poderá ter recorrido a tais citações em aflição extrema.
Tudo indicia que não lhe faltam motivos.

Mal imagina o Papa Francisco como se tornou fofinho em Portugal, desde Mário Soares*, no eixo lisboeta cosmopolita ateu Lux Frágil-Fernanda Câncio-Inês Pedrosa-Pedro Marques Lopes-Chapitô-Campo de Ourique-Pedro Filipe Soares...
_________________________________
* A propósito, Ó Amílcar, cumpriste hoje...?
O Sr. Almerindo vota PS, nunca se esquece...