sábado, 29 de janeiro de 2022

Acordo Ortográfico - Catarina Martins inventa e aldraba

Para que conste.

A fechar o "Debate da Rádio", de 20.Jan.2022, Judith Menezes e Sousa, da TSF, inquiriu os sete líderes partidários intervenientes — PSD e CHEGA não compareceram — acerca do AO1990, para uma resposta simples, "sim" ou "não" [protesto e acho mal que havendo simples não haja nãoples]. 

Judith- Revisão do Acordo Ortográfico, sim ou não?

Inês Sousa Real, PAN- Sim. Ou seja, acho que tem havido um grande desacordo em relação ao Acordo. E portanto, sim, acho que esse debate deve ser reaberto.

Francisco Rodrigues dos Santos, CDS-PP- Sim, está no nosso compromisso eleitoral rever o Acordo, claro.
Verdade.
«Compromisso Eleitoral do CDS-PP - Legislativas/2022
[...]
COMPROMISSO CULTURA E PATRIMÓNIO
[...]
MEDIDAS:
Reverter o Acordo Ortográfico de 1990;
[...]»

João Cotrim Figueiredo, Iniciativa Liberal- Sim, rever o Acordo.

Rui Tavares, LIVRE- Bem, é um tratado internacional. Pode sempre ser revisto, pode ser melhorado, mas acho que Portugal e o Brasil, e os outros países de língua portuguesa devem preocupar-se com a promoção da nossa língua no estrangeiro e o facto de por exemplo nos leitorados poder haver..., não haver professores que ensinem uma ortografia e outra ortografia é importante para a divulgação da língua portuguesa no exterior.
Rui Tavares raramente desperdiça uma oportunidade de pesporrência. Apreciem-se os quilómetros de lixo que usou para dizer «Não». 

João Oliveira, PCP: Por nós, há 16 anos que estava revisto, não só o tratado mas o conteúdo do Acordo que é sobretudo isso que interessa.

Catarina Martins, BE- Há questões de sim ou não que na verdade…, a resposta de sim ou não pode enganar. O Acordo prevê ele próprio que haja estudos e revisões ao longo do tempo e, portanto, se algum de nós estiver a dizer que não quer essa revisão está a dizer que não quer o próprio Acordo [!?!?!?]. Ou seja, se calhar estamos a enganar-nos uns aos outros. O Acordo prevê que se perceba como é que ele foi implementado, que seja estudado e que seja melhorado.
O caso da BEata Catarina é mais sério. A coordenadora do Bloco de Esquerda não sabe o que diz. Inventa e aldraba.
Explique-nos por favor em que passagem do mostrengo se prevêem estudos e revisões; explique-nos sobretudo em que ponto da aberração criminosa se prevê que se perceba como foi implementada, que se estude ou que se melhore.
Fico à espera.
Não se admire se Deus — sim, esse, o do Papa Francisco — lhe der amanhã uma valente coça...  

António Costa, PS: Acho que o Acordo deve fazer o seu caminho.
Judith- Portanto, quando for altura de o rever, deve ser revisto…
António Costa: Como todos os acòrdos.
Pronúncia correcta de «acordos».
Mimetizando o narcisista messiânico do LIVRE, o Primeiro-Ministro aproveita todos os ensejos de falar ao país para reforçar o prestígio, aliás robustamente consolidado, de torcionário da língua portuguesa. António Costa não desilude.
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Já que estou com a mão na massa,
«Programa Eleitoral do PSD - Legislativas/2022 [redigido em acordês] 
[...]
A língua
O Português é a expressão da nossa identidade coletiva e da presença de Portugal à escala global, sendo que as diferenças no uso da língua portuguesa não a empobrecem, mas antes revelam as diferentes dinâmicas culturais de cada país na sua apropriação. A tentativa da uniformização ortográfica não constituiu qualquer vantagem face ao mundo globalizado, pelo que o PSD defende a avaliação do real impacto do novo Acordo Ortográfico.
[...]»

Nos outros programas eleitorais, incluindo o de João Cotrim Figueiredo [redigido em acordês], nem uma linha acerca de ortografia.