Apaniguada do Bloco de Esquerda, devota do leninismo-trotskismo da IV Internacional, causídica da religião Lux-Frágil e guardiã de seus ofícios, viúva perene do
Manel, iniciou ontem no Público, com fanfarra e êxtase da seita salivante de bajuladores e
seguidores, na caixa de comentários do jornal e no Twitter, a sua '
sementeira de alfarroba'.
Dera pela
sua existência em 2016, mas foi em 2021, com o assento no comentariado da TVI e no 'online' do Expresso, que emergiu com protagonismo regular no palco mediático nacional.
Daí para cá, existe que farta:
- logo a abrir, no Público, em "A esquerda radical", 7 'existências' gárrulas contra 1 tímido 'haver'.
Depois, incapaz de uma beliscadela, uma que seja, na medula responsabilizável do Bloco de Esquerda, que perdeu 74% dos deputados que elegera em 2019, ou na estratégia responsabilizável do PCP, que perdeu 50% do grupo parlamentar eleito em 2019, tem o desplante de se lhes referir como «partidos que aparentemente perderam as eleições». Perderam lá agora!
- na despedida do Expresso, "Sunday Bloody Sunday", 6 'existências' contra 4 'haveres'; e um solecismo sintáctico, «A música costuma ser boa companhia mesmo que seja uma que não se goste muito».
«uma de que não se goste muito», s.f.f.
«é altura de felicitar o novo governo, de desejar e exigir que faça um bom trabalho e que dialogue de facto com os partidos à sua esquerda. A geringonça nasceu da sua vontade, a maioria absoluta do seu sacrifício. O domingo foi sangrento.»
Domingo sangrento, senhora doutora? Pelo amor de Deus, haja respeito pelo sangue derramado e asseio nas equivalências!
- n' "O regresso dos Talibãs" só pode ter-se distraído - 6 parcas 'existências' contra 10 honrosos 'haveres'. Mas o pior foi isto:
«Existe um consenso público relativamente à maldade dos Talibãs e é transversal da esquerda à direita, das mulheres aos homens. Esse consenso só conhece dissonâncias quando alguma esquerda se refere aos Talibãs como sendo extrema-direita ou quando surge a questão do acolhimento a refugiados ou a da análise da oportunidade e do mérito da intervenção dos Estados Unidos. Várias razões impedem-me de participar no consenso.»*
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No serão de 25 para 26.Jul.2021, segunda-feira, esquadrinhei a intervenção na TVI24 desta pessoa que existe no debate acerca de Otelo Saraiva de Carvalho, falecido nesse domingo. **
- «É assim, as pessoas são humanas e ainda bem que o são»
- «Ramalho Eanes … pessoa que interviu tão fortemente nos destinos de Portugal»
Repare-se na categoria da dupla
chicuelina subtil com que Rogério Alves lhe
templou a barbaridade linguística.
E como ela existiu, senhores! ...
- «
exista uma análise muito mais aprofundada ... as vítimas
existiram,
existiram em Portugal ... as conversas que
existiram hoje nas televisões sobre o Otelo ... não tinha
existido prova gravada ... a extrema direita que continua a
existir ... talvez
exista aqui alguma confusão ... quando
existe a condecoração, eu
diria que ...»
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Chamei-lhe lá atrás «viúva perene do Manel». Juro que não invento:
«Eu faço parte de um grupo que pensa no Manel todos os dias. [...]
Tem existido um silêncio … Tem existido um silêncio à volta de tudo o que tem a ver com o Manel…»
«Há ali uns acòrdos tácitos»
Convenhamos que não fica bem a uma jurista desconhecer a pronúncia de
acordos.
Recheio completo:
“Da advocacia à Serra do Caldeirão, com ..." Uma pessoa que existe.
-
Ó doutor Plúvio, garanta-nos cá que toda essa embirração com Uma pessoa que existe
não advém da simpatia que começou por devotar ao marido...__________________________________________
* «
É claro que existia um objectivo que tinha a ver com os Estados Unidos assegurarem a segurança do seu território e acho que mais do que isso existia também uma obrigação de os Estados Unidos passarem uma mensagem mundial de força depois do ataque do 11 de Setembro que foi o ataque no coração onde morreram milhares — três mil são milhares sempre — de mártires e foi uma, mais do que um ataque bélico, foi também uma ofensa e um ataque a que os estadunidenses tiveram que reagir da maneira que reagiram. E depois, vamos lá ver, havia o objectivo, esse que foi anunciado e estabelecido, de acabar com as bases da Al-Kaeda e com o Bin Laden, claro que sim. Agora, esse era o objectivo. Qualquer generosidade que nós queiramos trazer àquela intervenção militar... Aliás, se nos depararmos um bocadinho como é que ela é feita, ela é feita inicialmente com bombardeios aéreos. Isto significa, foi o que aconteceu de facto, foi a morte de milhares de civis. Quando estavam em Janeiro de 2002, já existia uma contagem de cinco mil baixas civis, no mínimo, no primeiro relatório oficial que foi feito. E vamos lá ver, qual é a diferença? Eu não estou a falar de talibãs, não estou a falar de lutadores, estou a falar de quem estava nas suas vidas no Afeganistão, um país totalmente destruído, totalmente massacrado por guerras sucessivas. Qual é a diferença entre aqueles civis, aqueles mártires, e os que estavam no 11 de Setembro? Estas pessoas morreram ao longo de anos e eu não vejo que alguém se tenha preocupado com a sua vida. Em relação a direitos humanos queria dizer-lhe o seguinte... [bebe, mulher, bebe!...]»
Note-se como a comentadora sorri na 'morte dos mártires americanos' e se compunge na 'morte dos mártires afegãos'. Esta gente não engana: odeia os EUA e compara o incomparável.
Se Uma pessoa que existe tão intensamente acha que não há, perdão, existe diferença entre as mortes do 11 de Setembro e as mortes colaterais na expurga territorial do terrorismo islâmico, perdoe-me que lho diga mas não passará de consumada idiota.