ao Eremita - Vasco M. Barreto -, com admiração.
Muito obrigado pelo seu escrito que me inquietou na parte das «insinuações a roçar a calúnia».
Ser, como sou, pela inversão do ónus da prova na suspeita de enriquecimento ilícito nada tem de extravagante. Muito séria e qualificada gente o propugna, é coisa comum na ordem jurídica de vários Estados de direito democrático.
Jamais me passaria pela cabeça insinuar que o pouco ou muito dinheiro de Pedro Marques Lopes lhe tenha chegado à posse por caminhos de ilicitude; não sei nem é da minha conta de que modo enriqueceu, se enriqueceu. É, citando o próprio falando de si, um ex- «merceeiro, gasolineiro, cauteleiro, bancário» com fortuna? Vive com «desafogo financeiro» como, segundo o Vasco, consta ser «mais ou menos público»? Parabéns, bom proveito lhe faça.
Não conheço nenhum rico em Portugal que morra de amores pela inversão do ónus. PML tem-na repelido. Está no seu direito e repito: «Ele lá saberá» porque a repele.
Relendo com serenidade o que escrevi, admito que deveria ter anteposto o «cardo de fúria» ao conjunto, por igual e não apenas a um, dos cavalos de batalha por que PML tão ardorosamente vem combatendo em prol da sanidade da Justiça:
- pela absoluta presunção de inocência;
- pelo absoluto segredo de justiça;
- absolutamente contra a delação premiada;
- absolutamente contra a inversão do ónus da prova. *
Reconheço que não fui feliz na ênfase do último.
Quanto a AV, escrevi e mantenho, «conviria conhecer um pouco melhor, começando talvez pelas competências, currículo escolar e profissional, o agora deputado André Ventura antes de excretar, com a voz iluminada pela ignorância, os lugares-comuns e os estereótipos do susto fascista.» E depois incluí o Vasco M. Barreto num pequenino rol exemplificativo de opinantes no espaço público que, quero crer que por informação deficitária, não conhecerão a personagem com a extensão e a profundidade requeridas a tipificação ideológica fundamentada. Dele disse o Vasco, perdão, o Eremita, 20.Jul.2017, «André Ventura não será um racista mas um oportunista, um cínico, um manipulador, enfim, um populista.». De facto, não sei de que alguma vez lhe tenha posto penas de fascista. Peço-lhe por isso, e pelo excesso, desculpa.**
Também continuarei a ler o OURIQ com prazer. E enorme proveito da minha literacia. Apesar de tudo.
Bobadela, 22 de Outubro de 2019, dia de S. João Paulo II, Papa***, Dia Internacional da Gaguês. Em próximas edições, conto ver no Borda D' Água «feriado em Grândola ... e no Livre».
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* Pedro Marques Lopes não passa sem «absolutamente».
** Isto hoje é cá um ordálio para o Plúvio... Há dias assim.
*** Dos sete Papas em que vou, o de que menos gostei.