sábado, 12 de outubro de 2019

Tabuada do 4

Às 00h19 de 07.Out.2019, a estação pública televisiva informava:
- O PAN conseguiu um grupo parlamentar; quadriplicou o resultado de 2015.
Soou-me a descomedimento de jornalismo quadriplicante, qualquer coisa ali não bateria certo. Por isso, montei-me na máquina do tempo — bocse, em português vernáculo — e fui confirmar. A RTP não se enganara. Momentos antes, no jardim do Palácio Pimenta, em Lisboa, André Lourenço e Silva, licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, capataz do PAN [Pessoas-Animais-Natureza], tinha acabado de proclamar, letra por letra:

Pensando bem, donde me vinha a estranheza? Acaso, não é este o país em que toda a gente, gente de prestigiantes e consagradas qualificações — doutor Eurico Brilhante Dias, doutor Pedro Passos Coelho, doutor Daniel Oliveira, doutor Rodrigo Moita de Deus, jornais como o Público ou o Diário de Notícias —, quadriplica? Não dera já o próprio Plúvio conta disso?
Já a doutora Teresa Caeiro quadriplicava prisões, por coincidência frente-a-frente com o acima referido brilhante doutor Eurico; Daniel Oliveira, sim, o mesmo doutor Daniel, mestre em jornalismo, com estes pergaminhos escolares, voltou a quadriplicar nos «apoios e coisas deste género»; para não falar do multímodo bem-falante pomposo e apessoado doutor João Gobern que «do ponto de vista privado deveria quadriplicar» [Antena 1, 10.Fev.2018, minuto 43:35] ...

Enfim, pouco sobra com que me espante nesta terra de tanto asno quadrípede.**

Dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo...
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* E não, engenheiro André, o seu grupo parlamentar, três mulheres e um homem,  não é «o único em que os homens estão em minoria»; o CDS elegeu três mulheres e dois homens.
A despropósito, ó doutor Pitta, porque não nomeia os quatro eleitos «assumidamente» paneleiros e as três eleitas «assumidamente» fufas? Não entendo e irrita-me essa meia caixinha. Assim, nunca saberemos se a Joana Mortágua conta.

** Por via das dúvidas...