Deparou-se-me no Público de anteontem, 31.Jul.2017, a cara risonha de uma luso-palestina em que nunca antes reparara.
Julgo tratar-se da primeira página de opinião que Shahd Wadi assina no diário de Belmiro de Azevedo, de David Dinis (medíocre), do Bloco de Esquerda e do "fervor em manobras" em geral; de há muito a esta parte o melhor diário português, que compro e leio, sem falhas, desde o começo em 05.Mar.1990, e vai para 15 anos assino. Deus guarde e conserve, muito mais do que ao
Amorim, o senhor engenheiro Belmiro.
Cheirou-me logo a esturro, mas resisti até ao fim. Na única ocorrência do adjectivo «
extremista» e na única ocorrência do adjectivo «
terrorista» era a dois judeus que a
doutora Shahd se referia. Só depois de saber o que entretanto apurei, percebi que lhe estaria geneticamente vedado escrever «assassínio de dois agentes de polícia» em vez do que escreveu, «
morte de dois agentes de polícia».
Enfim, sinais mais do que bastantes para não me resignar à etiqueta sumária, neutra, com que o Público introduzia a articulista — «Investigadora em Assuntos Palestinianos e Feministas» — e ter de ir googlar a criatura.
É certo que o Público não mente mas poderia ter ajudado o leitor a entender melhor o que iria ler, e ao que vinha a autora, ainda por cima sendo a primeira vez, se a tivesse apresentado assim, mais coisa menos coisa: «
Feminista e activista da causa palestina, candidata pelo Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu em 2014».
É que "investigadora das causas" não tem de, necessariamente, ser "praticante das causas". A maioria das vezes, aliás, não será.
Por outras palavras, os "fervorosos" do Público sabem muito e não andam a pé...
A propósito e antes de que me esqueça, Gusón Benítez não é campino nem toureiro. Trata-se de um simples cientista.
Pesquisando sobre Shahd Wadi, dá-se com ela, entre variadas paragens mais ou menos recomendáveis ao asseio mental,
aqui e
aqui.
Na parte genealógica que me toca nauseia-me o bedum mas a ter de ser por um lado serei, sem alternativa, por Israel. Já os palestinos são, como se sabe, malta meiguinha, inofensiva, civilizada, democrata e fixe, sempre por Alá. Mas também há por cá. No Público, por coincidência — coincidência com quê, Plúvio? — o mais aguerrido bastião antitourada entre os grandes órgãos da imprensa nacional, adoram-nos.
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* Se o ridículo matasse …
Por exemplo, Isabel Moreira.
«Sendo evidente que todas e todos queremos cuidados paliativos de qualidade e abrangentes»,
«o seu compromisso não é com os valores da Constituição laica que dá a cada uma e a cada um a possibilidade de fazer as mais íntimas escolhas pessoais»
ou
«ignorando a autonomia de cada uma e de cada um para encher de sentido o conceito de "valor da nossa própria vida"»,
sessão legislativa sobre os direitos dos doentes em fim de vida /
sessão legislativa sobre os direitos das doentes e dos doentes em fim de vida
Transcreve para um diploma todos os direitos dos doentes em fim de vida que já se encontra consagrados /
Transcreve para um diploma todos os direitos das doentes e dos doentes em fim de vida que já se encontram consagrados
única alternativa do doente /
única alternativa da doente e do doente
impor um único modelo de cidadão /
impor um único modelo de cidadã e de cidadão
os democratas-cristãos sabem por todos o que é melhor para todos /
as democratas-cristãs e os democratas-cristãos sabem por todas e por todos o que é melhor para todas e para todos
dom de Deus à imagem do qual fomos criados /
dom de Deus à imagem do qual fomos criadas e criados
argumentos que têm a humanidade de descerem à terra /
argumentos que têm a humanidade de descer à terra
Uf!
Por exemplo, Sandra Cunha, deputada BEata.
«Um Estado democrático tem de garantir a igualdade de direitos a todos e a todas»
«Mais de 67% das pessoas não revelam a sua orientação sexual** no trabalho»
Se o ridículo matasse…
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** Como se qualquer "orientação sexual" não fosse,
per se, uma desorientação...