A náufraga Visão de hoje traz uma página de propaganda a Fernando Medina assinada por Isabel Moreira. Entre outras coisas a articulista diz as seguintes, previsíveis nela mas tontas sempre:
«Lisboa pode provar que a inclusão de todas e de todos beneficia a cidade»
«Um candidato ou uma candidata à CML não pode ser desligado* da sua filiação partidária»
«Há quatro anos, os lisboetas e as lisboetas eram mais pobres»
«todas e todos assistimos à aposta na reabilitação urbana»
Revelando, porém, uma incongruência estilística assustadora, a azougada parlamentar do PS, jurista, Mestre em Direito Constitucional, ex-professora universitária, profere no mesmo reclame ao alMedina da mesquita as seguintes inesperadas atrocidades:
«os pagamentos aos fornecedores», no lugar de «pagamentos às fornecedoras e aos fornecedores»
«temos mais de 300 mil idosos», no lugar de «temos mais de 300 mil idosas e idosos»
«escolas dos nossos filhos», no lugar de «escolas das nossas filhas e dos nossos filhos»
«Ganham os senhorios», no lugar de «Ganham as senhorias e os senhorios»
Tenham paciência mas não posso deixar de denunciar publicamente estes desvarios de lesa-antropologia e de vil atropelo ao asseio gramatical por parte de representantes do povo eleitos num Estado de direito democrático.
De resto, Isabel Moreira não é virgem. Nestas patifarias na Visão, digo.
Para que conste.
Se o ridículo matasse...
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* «não podem ser desligados», s.f.f.