domingo, 21 de fevereiro de 2016

Sozinha nos acontecimentos

«[…] Segundo confirmou fonte da judiciária, a criança estava sozinha em casa na altura dos acontecimentos. […]» - Público, 19.Fev.2016 -, a altura exacta de que se despenhou.

A lua estava em quarto crescente, o Tejo corria para o Atlântico, a noite esfriava e um gato miou, entre outros acontecimentos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Todos e todas

«Cada vez que alguém, prestes a dirigir-se à população, arranca com "portuguesas e portugueses" dou comigo a gritar um grito fininho que me dá cabo dos ouvidos.
[…]
"Portuguesas e portugueses" não é apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante e desconfortavelmente satisfeitinho.
[…]»

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Este Orçamento é ...

- ... «um animal mitológico, tem tronco de anfíbio, cabeça de abóbora e próteses como membros. Porque quando se muda a alteração da mudança ao já alterado já não sabe por onde se anda.»
Pedro Santos Guerreiro, "O animal mitológico"

- ... «uma espécie de ornitorrinco, um mamífero keynesiano enxertado de ovíparo austeritário, com propriedades semi-aquáticas europeias. Fora isso, move-se, vai andar por aí, e nós vamos dar muito por ele.»
Ricardo Costa, "Ornitorrinco do Estado 2016"

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Tony Carreira, criação e a honra do cavaleiro

«[…]
A cerimónia de atribuição do grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras a Tony Carreira, em Paris, na sexta-feira, ficou marcada pelas críticas do artista ao Governo português e ao embaixador naquele país, Moraes Cabral, que não autorizou que a cerimónia se realizasse na representação diplomática portuguesa em Paris.
[…]
A Ordem das Artes e Letras (Ordre des Arts et des Lettres, em francês) é uma condecoração concedida pelo Ministério da Cultura da França para recompensar "as pessoas que se distinguem pela sua criação no domínio artístico ou literário ou pela sua contribuição ao desenvolvimento das artes e das letras na França e no mundo".»
DN,19.Jan.2016

Avivo: «pessoas que se distinguem pela sua criação no domínio artístico ou literário». Criação.
- Insinuais, Plúvio, que o tuga Tony não cria?
- Cria, pois, ó se cria!
Vejamos, por amostra, sete estrondosos sucessos de venda de que Tony Carreira se fez registar como autor/compositor na Sociedade Portuguesa de Autores [informação recolhida na página da SPA em 07.Nov.2009], facturando, imagina-se que não pouco, os correspondentes direitos de execução, difusão, reprodução.
.  Sonhos de menino     *
Compare-se: L’idiot, por Hervé Vilard [1981]; composição de Hervé Vilard

Compare-se: Zingarella, por Ajda Pekkan; composição de Enrico Macias [1988]

Compare-se: Uno Tranquilo, por Riccardo Del Turco [1967]; composição de Daniele Pace, Mario Panzeri e Lorenzo Pilat

Compare-se: Toi qui manques a ma vie, por Natasha St-Pier; composição de Julie D’Aimé e Calogero Bros [2002]

Compare-se: Después de ti, qué?, por Cristian Castro; composição de Rudy Peréz [1997]

Compare-se: Cloud number nine, por Bryan Adams [1999]; composição de Bryan Adams, Max Martin e Gretchen Peters

Compare-se: Écris-moi, por Pierre Bachelet; composição de Pierre Bachelet [1982]

Isto é, reclamação a haver, essa mais do que pertinente e que eu saiba não houve, seria junto da República Francesa: que raio de prévia avaliação fizeram da genuinidade criativa deste português espertalhão e bem-sucedido?
Parece-me, assim, judicioso que a embaixada em Paris não se tenha franqueado a esta mal enjorcada e desprestigiante manobra de cavalaria, coonestando-a.

Opinião de José Cid, que não tenho por despeitado, impostor ou incompetente.

A França, que de certo ponto de vista agraciou um larápio, que se precate não vá A Marselhesa aparecer atribuída a Tony Carreira numa qualquer chafarica de registo e cobrança de direitos de … criação.
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* A propósito...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Vitorino Francisco da Rocha e Silva

«[...]
A consertar o chão do país.»

Não sabe doutras línguas, sabe pouco de leis, sem estaleca intelectual nem rodagem política, não tem perfil, aquilo é povo a mais, não sei quê, não sei que mais... Presidente, este homem?! Ó Plúvio, não gozes com a cidadania responsável. 
A palavra «cidadania» faz-me salivar do lado esquerdo. Consciente, inconsequente, foi neste cidadão a minha cruz.
Faltam-lhe atributos indispensáveis ao cargo? Nada que uma boa assessoria, por exemplo a do professor Marcelo, não suprisse.
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Arrisco em como o doutor António Costa pensava também neste probo e simpático homem de Rans quando, no passado domingo, desbragada e ofensivamente se congratulou muito em especial pelos portugueses terem rejeitado as candidaturas populistas anti-sistema e fora do quadro democrático...
O actual chefe do governo português é um triste. Um caso muito triste. Ai de nós!

Tenha juízo, Catarina!,

o  que o bom do Viriato Soromenho Marques diz hoje, sem o dizer assim,  em artigo estupendo.

VSM alude à intervenção da BEata Catarina Martins — com aquele desagradável resvalozinho histérico na prosódia*, eternamente à beira do sufoco por apneia — na Assembleia da República, sexta-feira, 29.Jan.2016.
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* Não me chamo Pedro Arroja nem sou da família, mas tenho bom ouvido.