sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Furacões e furaconas

«[...]
O algoritmo do Google tem a indelicadeza de mostrar que, quinze dias antes, uma revista que se dedica a relatar factos sensíveis de gente sensível para gente sensível confundiu Catarina Furtado com um bulldozer e comunicou: "Catarina Furtado arrasa em biquíni". Mas como os furacões têm nomes de mulher e logo a seguir aparece um título onde o verbo "arrasar" é usado no sentido literal — "Furacão Maria arrasou a ilha de Dominica" —, somos levados a pensar que talvez estivéssemos equivocados e que o nome de Catarina Furtado designa, no idioma da revista sensível, não um efeito bulldozer provocado pela magia do biquíni, mas um verdadeiro furacão — feminino, como é o nome de todos os furacões.
[...]»

Num destes dias considerei António Guerreiro como «o melhor e mais bem informado colunista da nossa comunicação social».
Faltou-me acrescentar «salvo quanto à onomástica dos furacões em que António Guerreiro leva um atraso de 37 anos». Atraso zombeteiro e encanitante quando se escreve todas as sextas numa "estação meteorológica"...
«[...] Em 1953, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos deu o primeiro nome de uma pessoa a estas tempestades, para ser mais fácil comunicar com o público, estreando-se com Alice. Durante anos, os furacões, tempestades tropicais que se formam no Atlântico, apenas tinham nomes de mulheres. No Pacífico, estas tempestades tropicais (que aí se chamam tufões) também receberam nomes de pessoas, que no início eram igualmente de mulheres.
Mas os furacões do Atlântico tiveram o seu primeiro nome de homem em 1979 – Bob. O mesmo aconteceu nessa década para os tufões no Pacífico.
Desde então, para evitar discriminações sexuais, a designação deste fenómeno natural é escolhida, de forma alternada, a partir de uma listagem de nomes masculinos e femininos, e cada um desses furacões pode revelar-se bastante violento independentemente da sua denominação. [...]»

Qual o nome do próximo?
Fui espreitar. Tão cedo não virá nenhum António.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A comissão dos arquitetos e o clarinete

Entre os 1060 comissários de honra de Medina2017, de que conheço 360, avultam com maior representação por mester
72 arquitetos, nenhum arquitecto,
55 empresários,
45 advogados,
33 jornalistas,
28 atrizes, nenhuma actriz,
26 actores e um ator [Hélder Gamboa],
26 músicos, dos propriamente ditos,
19 fadistas,
18 deputados e ex-deputados, nenhum ministro,
12 cozinheiros.

Ademais,
nenhum padre ou bispo, mas dois abades [Agostinho e Tiago],
um enrabador notório, no T,   
um ladrão rasca, sim, rasca, no T,
nenhum jovem da Cova da Moura, talvez para desgosto de Joana Gorjão Henriques, Valentina Marcelino e Fernanda Câncio [tenho quase aprontado um exaustivo e explosivo estudo, ahahah, que logo publicarei].

Vai para 40 anos que me entretenho a perscrutar listas de "comissões de honra" nos processos eleitorais.
Por exemplo, é todo um tratado de hermenêutica antropológica adivinhar e distinguir os que apoiam Fernando Medina para que ganhe dos que apoiam Fernando Medina porque vai ganhar. Alguns destes, parasitas e oportunistas de turno, fedem que tresandam.

Exercício divertido, salutar e edificante é igualmente o de, mais um exemplo, reconhecer os comissários de honra comuns à presente campanha de Medina e, seis anos atrás, à campanha de recandidatura de Cavaco Silva, a começar, significativamente, pelo primeiro nome da ordem alfabética...

Por exemplo ainda, sendo óbvio que não causa nem poderá causar a menor estranheza a não comparência de Alberto Gonçalves entre os apoiantes de Medina, confesso que ainda hoje me desconcerta revisitar o seu nome na Comissão de Honra de um bronco de Boliqueime.

Nenhum dos candidatos a Lisboa me suscita a menor simpatia e detesto especialmente o esfíngico e videirinho alMedina.
É também por isso que no próximo domingo vou votar com redobrado gosto na projecção do concelho em que resido «como Capital do Clarinete». Na CDU, pois então.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

De tanto cair em mim

estou coberto de hematomas.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Vida de merda,

a que levamos no escrutínio de indícios de sangue na inocência alva do papel higiénico.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Zapping – Coisas erradas com palavras erradas

Godofredo Alvim: «José Mourinho e o seu emblemático professor, António Sérgio.»  

Romualdo Alvim: «Era o António Sérgio, ... era o António Sérgio! ... Vocês não acreditam; é verdade.»

Manuel Sérgio: «Vale mais dizer coisas certas com as palavras erradas do que dizer coisas erradas com as palavras certas.»

- x -
«Feira farta - Productos da Terra» 
RTP Memória, 17.Set.2017
Talvez o apedeuta que redigiu e o apedeuta que aprovou o reclame estejam contra o Acordo Ortográfico, mas tanto brio intoxica.
Acudam-nos, ó da Guarda!

- x -
Simpósio Cónogo Formigão
Deixem-me adivinhar: Cónogo por parte da mãe; Formigão, do pai.
Ia para dizer cona da tia mas lembrei-me a tempo de que é feio brincar com a nossa senhora.

domingo, 17 de setembro de 2017

sábado, 16 de setembro de 2017

Sobremesa caramelizada

caramelo acha que «um bocadinho de bom senso dá para concluir que se tratou de um mero lapso» a obliteração de no mínimo 13 cláusulas e número indeterminado de páginas no anexo "Escritura" da "TRANSPARÊNCIA" de Fernando Medina.
Apetece-me imaginar caramelo na hora da sobremesa, com o seu bondoso e relaxado critério de transparência [ninguém exigiu de Medina a exibição do contrato, mas já que o fez, com a denominação de "Escritura" e não de "E..r.t..a", conviria que não nos desse por lebre uma amostra de gato], em diálogo com o constrangido empregado do restaurante, face aos filamentos de esfregão de arame no arroz doce:
- Deixe lá, amigo, são coisas que acontecem, decerto um mero lapso. Traga-me uma maçã assada e não se fala mais no assunto.
O fervor das causas costuma acelerar a miopia. Eu, por exemplo, que em Lisboa votei sempre no PS, vou votar na CDU em Loures.
O proselitismo piora as coisas. Por exemplo eu, olivófilo infrene e míope, não consigo encontrar defeito nas azeitonas alentejanas que compro ao senhor Elias. 

«Dispensa-se tanto o exercício de grafologia do Plúvio como o caricato ar de quem decifrou a pedra da roseta no documento.»
Concordo com caramelo. Admito, de resto, que segundos antes de publicar o verbete sobre a transparência e a vaidade de Fernando Medina ainda hesitava: Plúvio, Plúvio caricato, quando paras de esbanjar o tempo em «exercícios estúpidos e ridículos»?

Quanto à convocação do genial, imenso e, virtude não menor, divertidíssimo Umberto Eco, atrevo-me a adivinhar que caramelo e o Plúvio comungam de apreciáveis afinidades literárias.

- Pode ser ananás caramelizado com pêssego, um café e a continha, por favor.

Henrique Raposo | António Guerreiro

Temos a burra nas couves.
«[...]
Comparar o sangue de um animal ao sangue humano é que é desumano, pois rasga a sacralidade da vida humana, dos direitos humanos, do direito natural.
[...]
Comer o que se mata é um acto de seriedade para com a natureza e para com a humanidade, até porque estabelece as devidas diferenças entre os animais tocáveis e os humanos intocáveis.
[...]»

«[...]
No nosso tempo, não é fácil reconhecer um fascista: porque eles não ousam dizer o seu nome ou nem sequer sabem que o são; porque um antifascismo demasiado espontâneo provocou uma inflação demagógica dessa classificação e retirou-lhe todo o rigor.
Com algumas precauções, confirmei na semana passada a existência de um exemplar da espécie: chama-se Henrique Raposo e é cronista do Expresso.
[...]
Na versão kitsch e pindérica de Henrique Raposo (mas não é o kitsch ideológico uma característica do fascismo?) o culto da morte exprime-se desta maneira: “Há qualquer coisa de belo num tiro que é o encontro entre a trajectória da bala e a trajectória da presa; colocar a bala ou chumbo naquele milionésimo de segundo em que as duas linhas, a do tiro e a da presa, se encontram é um desafio belo”.
[...]»

Se, retribuindo a taxonomia, Henrique Raposo, «pequeno fascista piroso e pindérico», vier contar no Expresso que reconheceu em António Guerreiro, porventura, desde 1986 no Expresso e desde 2013 no Público, o melhor e mais bem informado colunista da nossa comunicação social, um «paneleiro marxista e amigo dos animais», quem pode espantar-se?
Onde mora a virtude?
Quem professa os deuses certos?
Que saberá António Guerreiro, que muito estimo, da sensibilidade das alfaces?

Sagradas escrituras e grafologia

«Para que cada pessoa possa aferir por si própria, sem retórica ou argumentação», o doutor Fernando Medina, genro deste antigo ministro de Sócrateso maior incompetente do mundo», Marcelus dixit], presidente da Câmara de Lisboa e candidato a continuar a presidi-la, vem, num exercício patético com o seu quê de ridículo — «Tive como motivo ter residência próxima da família, para bem-estar de todos.» — de "TRANSPARÊNCIA" aparente, sem data, em 12 pontos e com sete anexos, contrariar esta notícia alegadamente malévola sobre rendosos negócios seus.
Íntegro e probo, alheio e imune a compadrios, cambalachos e favores, o edil alMedina  aspira aos altares.
Confesso-me comovido.
Mas o que mais me tocou, a mim que me pauto por estritos critérios de ciência e objectividade, foi a portentosa assinatura que nos é revelada no "CONTRATO DE COMPRA E VENDA E MÚTUO COM HIPOTECA" [com hiatos a dar com um pau: entre a página 1 e a página 2 salta do "TERCEIRO" para a "Quarta"; entre a página 3 e a página 4 salta da "Cláusula Terceira" para a "Cláusula Quinta"; entre a página 4 e a página 5 salta da "Cláusula Quinta" para a "Cláusula Oitava"; entre a página 5 e a página 6 salta da "Cláusula Nona" para a "Cláusula Décima Segunda"; entre a página 6 e a página 7 salta da "Cláusula Décima Segunda" para a "Cláusula Décima Quarta"; entre a página 7 e a página 8 salta da "Cláusula Décima Quarta" para a "Cláusula Décima Sétima"; e culmina com um "TERMO DE AUTENTICAÇÃO" coxo e amputado entre a página 9 e a página 10; mas toda a gente sabe que a transparência é uma saltitona endiabrada...], na página 8, a fechar a "Cláusula Décima Sétima":
Repare-se na assinatura de Fernando Medina Maciel Almeida Correia. Que projecção, céus!, que animal determinado, que ambição, que cagança!       

A propósito,
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É delicioso perceber a participação de Luís Vargas na "TRANSPARÊNCIA" - Anexo B / "Propriedades do documento".
A tratar-se de Luís Vargas do "Geringonça" é porque se vai cumprindo a ordem natural das coisas. Afinal, Medina não «precisa de todos»?

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Ladroagem, honra, orgulho

«Ministério Público acusa Tony Carreira de plagiar 11 músicas
...
Os arguidos aproveitam a matriz de obras alheias, utilizando a mesma estrutura, melodia, harmonia, ritmo e orquestração e, por vezes, a própria letra de obras estrangeiras que traduzem, obtendo um trabalho que não é mais do que uma reprodução parcial do original, não obstante a introdução de modificações”, explica a acusação.
...
Tony Carreira está acusado de 11 crimes de usurpação e de outros tantos de contrafacção

António Costa, primeiro-ministro, rejubila e aplaude de pé.
«Foi uma sorte esta coincidênciaEu quis transmitir de forma clara e inequívoca o grande respeito e consideração que o Estado português tem pelo trabalho que ele faz e o orgulho que temos por ter visto o seu trabalho reconhecido pela França.»
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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Quando nasci tudo começou a piorar.

Isto não vai acabar bem.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Nisto, Fernando Rosas interveio.



Foi aí e em consequência que o iracundo Irma amansou de 5 para 4 e em contraciclo emocional os astecas haveriam de estremecer de espanto. Alguma vírgula em falta faz favor de pôr.

O Professor Doutor Fernando Rosas nunca intervém em vão.
Mas vistas melhor as coisas, quer-me parecer que há um problema de conjugação nos BEatos, sem prejuízo da pandemia geral interventiva, passe a redundância e, sendo caso disso, a redonda ânsia. 

Muito boas noites.