caramelo acha que «um bocadinho de bom senso dá para concluir que se tratou de um mero lapso» a obliteração de no mínimo 13 cláusulas e número indeterminado de páginas no anexo "Escritura" da "TRANSPARÊNCIA" de Fernando Medina.
Apetece-me imaginar caramelo na hora da sobremesa, com o seu bondoso e relaxado critério de transparência [ninguém exigiu de Medina a exibição do contrato, mas já que o fez, com a denominação de "Escritura" e não de "E..r.t..a", conviria que não nos desse por lebre uma amostra de gato], em diálogo com o constrangido empregado do restaurante, face aos filamentos de esfregão de arame no arroz doce:
- Deixe lá, amigo, são coisas que acontecem, decerto um mero lapso. Traga-me uma maçã assada e não se fala mais no assunto.
O fervor das causas costuma acelerar a miopia. Eu, por exemplo, que em Lisboa votei sempre no PS, vou votar na CDU em Loures.
O proselitismo piora as coisas. Por exemplo eu, olivófilo infrene e míope, não consigo encontrar defeito nas azeitonas alentejanas que compro ao senhor Elias.
O proselitismo piora as coisas. Por exemplo eu, olivófilo infrene e míope, não consigo encontrar defeito nas azeitonas alentejanas que compro ao senhor Elias.
«Dispensa-se tanto o exercício de grafologia do Plúvio como o caricato ar de quem decifrou a pedra da roseta no documento.»
Concordo com caramelo. Admito, de resto, que segundos antes de publicar o verbete sobre a transparência e a vaidade de Fernando Medina ainda hesitava: Plúvio, Plúvio caricato, quando paras de esbanjar o tempo em «exercícios estúpidos e ridículos»?
Quanto à convocação do genial, imenso e, virtude não menor, divertidíssimo Umberto Eco, atrevo-me a adivinhar que caramelo e o Plúvio comungam de apreciáveis afinidades literárias.
- Pode ser ananás caramelizado com pêssego, um café e a continha, por favor.