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O algoritmo do Google tem a indelicadeza de mostrar que, quinze dias antes, uma revista que se dedica a relatar factos sensíveis de gente sensível para gente sensível confundiu Catarina Furtado com um bulldozer e comunicou: "Catarina Furtado arrasa em biquíni". Mas como os furacões têm nomes de mulher e logo a seguir aparece um título onde o verbo "arrasar" é usado no sentido literal — "Furacão Maria arrasou a ilha de Dominica" —, somos levados a pensar que talvez estivéssemos equivocados e que o nome de Catarina Furtado designa, no idioma da revista sensível, não um efeito bulldozer provocado pela magia do biquíni, mas um verdadeiro furacão — feminino, como é o nome de todos os furacões.
[...]»
Num destes dias considerei António Guerreiro como «o melhor e mais bem informado colunista da nossa comunicação social».
Faltou-me acrescentar «salvo quanto à onomástica dos furacões em que António Guerreiro leva um atraso de 37 anos». Atraso zombeteiro e encanitante quando se escreve todas as sextas numa "estação meteorológica"...
«[...] Em 1953, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos deu o primeiro nome de uma pessoa a estas tempestades, para ser mais fácil comunicar com o público, estreando-se com Alice. Durante anos, os furacões, tempestades tropicais que se formam no Atlântico, apenas tinham nomes de mulheres. No Pacífico, estas tempestades tropicais (que aí se chamam tufões) também receberam nomes de pessoas, que no início eram igualmente de mulheres.
Mas os furacões do Atlântico tiveram o seu primeiro nome de homem em 1979 – Bob. O mesmo aconteceu nessa década para os tufões no Pacífico.
Desde então, para evitar discriminações sexuais, a designação deste fenómeno natural é escolhida, de forma alternada, a partir de uma listagem de nomes masculinos e femininos, e cada um desses furacões pode revelar-se bastante violento independentemente da sua denominação. [...]»
Qual o nome do próximo?
Fui espreitar. Tão cedo não virá nenhum António.