«[…] a cobertura da RTP nestas Olimpíadas não se mede apenas pela dinâmica de antena, pelos pivôs em estúdio e pelas reportagens em Londres. Quem gosta de desporto, quem segue os Jogos e as suas diversas provas é um tipo de público que sabe o que quer e exige conhecimento. Ter Luís Lopes é verdadeiro serviço público. […]»
Concordo absolutamente. É por isso que quando Ferreira Fernandes – o melhor, insista-se – exarou no DN, por altura da recente volta a França em bicicleta, que Marco Chagas «é o melhor comentador da televisão portuguesa - e nisso incluo todas as modalidades (do futebol à política, passando pelo ciclismo, que é sobre o que ele fala).», tive vontade - eu, que nutro admiração irrestrita pelo comentador de ciclismo Marco Chagas - de perguntar ao FF se não teria momentanemente despercebido o Luís Lopes. Nos últimos 20 anos, não sei de ninguém que fale melhor, saiba e ensine tanto, com pertinência cirúrgica e generosidade ilimitada, acerca da plúrima modalidade desportiva que comenta e sobre que também escreve, de há cinco anos a esta parte no Público.
Muito obrigado, Luís. *
Quanto ao arvalho da Silva em vez de Caralho da Silva e ao automóvel da marca Golfe em vez do modelo Golf da marca Volkswagen, apetece juntar a estes deslizes do Azinheira a olímpica patacoada do jornalista da RDP que um destes dias informava os ouvintes da Antena 1 de que iria ter lugar a corrida de 10 mil metros quadrados.
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* «[...] Luís Lopes sabe quase tudo. Prepara cada dia de trabalho, mas passa de certeza muito do tempo que outros consideram livre a ler sobre atletismo. Depois, e posto perante uma imagem, um atleta, um ensaio, é torrencial: conhece o atleta, as suas marcas e os significados destas no contexto do seu país, do seu continente, do mundo. Entretanto, ainda conhece as histórias, leu as entrevistas, decorou as manias. E, como um cineasta, abre em panorama sobre a paisagem, fecha em plano americano numa personagem, lança a grande angular sobre os seus olhos apenas - e volta a abrir e a fechar quantas vezes lhe apetece, com uma agilidade rara.
Podia falar cinco ou seis horas seguidas e nunca seria chato. Aliás: faz precisamente isso, em épocas de grandes competições. E eu nem quero imaginar como seria, por exemplo, ouvir um dos nossos comentadores de futebol durante seis horas seguidas.»