A introdução instrumental do
hino do Uruguai é a mais longa dos 32 hinos nacionais na competição futebolística: 43 segundos exasperantes, quase tanto como a parte coral que dura 47.
Igualmente desmesurada mas não tanto é a introdução do hino do Brasil que dura 28 segundos antes dos 78 segundos em que se proferem
sintagmas como margens plácidas |
brado retumbante |
raios fúlgidos |
penhor dessa igualdade |
raio vívido |
impávido colosso |
fulguras, ó Brasil, florão da América |
o lábaro que ostentas estrelado |
da justiça a clava forte.
Quais
egrégios avós, quais quê.
Vendo melhor, a linguagem d' A Portuguesa é para pessoas simples.
Lembro-me, a propósito, de como a minha tia Emília, devota de missa diária que recitava o
Credo de cor, ficava encalacrada quando lhe pedia que me explicasse o significado de «
filho unigénito de Deus» ou o de «
consubstancial ao Pai»...
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a) Terça-feira, 06.Jul.2021, 20h55. No estádio de Wembley vai começar a primeira meia-final do Euro 2020, procrastinado para o ano seguinte por causa da pandemia, entre a Itália e a Espanha.
Na altura dos hinos, começando pelo de Espanha, o jornalista Óscar Cordeiro, da TVI, diz que os hinos «
arrepiam sempre» e
passa a palavra a Nuno Gomes, antigo craque da bola, hinologista nas horas vagas:
«Sem dúvida que é um momento arrepiante e para os jogadores com certeza com muito orgulho a cantar os seus hinos. É um momento de grande concentração.»
Viva España!