Bát€gas de milhõ€s no
combate. Negócios multimilionários em
meios, os mitificados
aéreos e os, menos conspícuos, terrestres. Legiões de
operacionais, espectáculo, pornografia
no terreno, emoção ao rubro [literalmente], auditórios salivantes do
teatro de operações — não saia do seu lugar, anunciam-se novas e fulgurantes
projecções. Tudo isto enquanto o bicho
lavra.
Na prevenção e na detecção precoce quanto gasta ou investe o doutor Costa?
Pois, não é grande negócio, visibilidade nula, espectáculo nenhum.
Ao serão de anteontem, 19, com Portugal a arder mais do que nunca, a secretária de Estado
Patrícia Gaspar respondeu durante 18 minutos a Rodrigo Pratas, mui codicioso jornalista que aprecio.
Ontem, Augusto Madureira apresentou um resumo da conversa. Respigo:
«[...]
Se considerarmos aquilo que é a severidade meteorológica, os dados, os algoritmos e as contas feitas dizem que a área ardida que deveríamos ter devia ser 30% superior, ou seja, ardeu 70% daquilo que era suposto arder face às condições de severidade meteorológica que temos. Isto significa que, apesar da complexidade, o dispositivo tem estado a responder bem e tem estado a conseguir debelar grande parte das ocorrências, mais de 90% das ocorrências nos primeiros 90 minutos. Este reforço o que vai permitir é garantir que temos mais pessoas no dispositivo [...]
Estas novas 100 equipas aquilo que nos garantem é uma primeira linha de confiança porque estas vão garantidamente estar 24 horas disponíveis.»
Oiça-se — e aprendamos — como Patrícia Gaspar informa a população de que a vegetação está muito seca e que não se deve fazer lume perto de arbustos ou de árvores:
«temos ainda níveis de secura dos combustíveis que poderão em caso de ignição dar origem a ocorrências mais complexas de incêndios florestais e portanto convém e importa manter a adequação dos comportamentos junto aos espaços florestais»
E se um Verão mais frio e húmido do que o costume está menos propício a ignições?
PG- «há aqui uma dimensão de tempo [...] felizmente nós estamos com resultados este ano, eu diria, simpáticos...
Rosa Pinto, jornalista- O tempo também tem ajudado.
PG-
O tempo tem ajudado mas o dispositivo também, e não é este ano, estamos a falar ao longo dos últimos 10 anos.»
Pergunto-me amiúde se esta prolixa criatura consegue agir com outro propósito que não o de propaganda.
- Bom, não diria tanto, até porque
a resposta aqui é bicéfala. -
29.Ago.2019