sábado, 16 de setembro de 2017

Henrique Raposo | António Guerreiro

Temos a burra nas couves.
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Comparar o sangue de um animal ao sangue humano é que é desumano, pois rasga a sacralidade da vida humana, dos direitos humanos, do direito natural.
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Comer o que se mata é um acto de seriedade para com a natureza e para com a humanidade, até porque estabelece as devidas diferenças entre os animais tocáveis e os humanos intocáveis.
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No nosso tempo, não é fácil reconhecer um fascista: porque eles não ousam dizer o seu nome ou nem sequer sabem que o são; porque um antifascismo demasiado espontâneo provocou uma inflação demagógica dessa classificação e retirou-lhe todo o rigor.
Com algumas precauções, confirmei na semana passada a existência de um exemplar da espécie: chama-se Henrique Raposo e é cronista do Expresso.
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Na versão kitsch e pindérica de Henrique Raposo (mas não é o kitsch ideológico uma característica do fascismo?) o culto da morte exprime-se desta maneira: “Há qualquer coisa de belo num tiro que é o encontro entre a trajectória da bala e a trajectória da presa; colocar a bala ou chumbo naquele milionésimo de segundo em que as duas linhas, a do tiro e a da presa, se encontram é um desafio belo”.
[...]»

Se, retribuindo a taxonomia, Henrique Raposo, «pequeno fascista piroso e pindérico», vier contar no Expresso que reconheceu em António Guerreiro, porventura, desde 1986 no Expresso e desde 2013 no Público, o melhor e mais bem informado colunista da nossa comunicação social, um «paneleiro marxista e amigo dos animais», quem pode espantar-se?
Onde mora a virtude?
Quem professa os deuses certos?
Que saberá António Guerreiro, que muito estimo, da sensibilidade das alfaces?