domingo, 27 de outubro de 2019

Horror e pornografia

O antigo cauteleiro, comunitário por antonomásia, não esconde o horror com que encara a próxima eventual aquisição da TVI pela Cofina, como se a SIC, em que é comentarista residente, e a TVI, cuja salubridade tanto o aflige agora, não vicejassem também, a par e a reboque da CMTV que ambas mimetizam — olha o "share" —,  na indústria da alienação e imbecilização colectivas [Cristina Ferreira, crime, novela, bola, Cristina Ferreira, 760760760 ligue já!*, bola, calcitrin, crime, Cristina Ferreira, bola, novela, bola, crime, 760760760 ligue já!*, Cristina Ferreira, moscambilha]:

«[...] O silêncio sepulcral sobre este negócio diz tudo sobre o poder da Cofina e a cobardia e a apatia de uma comunidade inteira. [...]
Será que o medo de uma primeira página do Correio da Manhã ou de um alerta CM os faz esquecer dos seus deveres para a comunidade? A perspectiva de ter a equipa da Cofina a gerir um canal de televisão com a dimensão da TVI é um evidente assunto político. [...]
Só há uma explicação plausível para o silêncio ensurdecedor dos vários actores políticos sobre este negócio: cobardia. Como também só há uma explicação para a apatia da comunidade, que aliás consome os produtos CM e consumirá cada vez mais: desconhecimento das consequências que este negócio trará para a nossa liberdade e para a nossa democracia. O problema é que quando descobrir será demasiado tarde.»

Meu santinho Nuno Artur,
não sejas também cobarde.
antes de que seja tarde.

Entretanto e em directo, assistira-se no serão de quinta-feira, 24 de Outubro, a oito minutos de rara e pornográfica indigência televisiva. Foi quando, no final do "Eixo do Mal", cinco ex-"assalariados" de Nuno Artur Silva, doravante do sobrinho André — Aurélio Gomes e Daniel Oliveira no Canal Q e no "Eixo do Mal"/SIC; Luís Pedro Nunes no "Inimigo Público", Canal Q e no "Eixo do Mal"; Clara Ferreira Alves e Pedro Marques Lopes no "Eixo do Mal" —, desataram num uníssono e inaudito coro de desagravo e louvor do amigo patrão:
O comunitário- Temos esta campanha absolutamente nojenta contra esta pessoa. ... Onde é que aqui há questões éticas? Onde é que aqui se pode acusar seja lá do que for?
Clara- Eu secundo o que disse o Pedro, evidentemente, e provavelmente o que vai dizer o Luís Pedro...
Daniel- Posso pôr aqui as minhas mãos no fogo...
Aurélio- Muito bem!

Também me enojei. Esta gente não se enxerga?

A palavra a João Quadros, que saberá do que fala,** comentando a cena:
«[...] Ahahah. Foi quem [Nuno Artur Silva] lhes arranjou o tacho [aos do "Eixo do Mal"] e o Nuno foi para a RTP depois de uns jantares em casa da Clara com o Poiares Maduro. [...]
O Pedro Marques Lopes, que eu conheço desde puto, andou atrás de mim para lhe apresentar o Nuno - “Porque queria ser conhecido”. O gajo é podre de rico. Herdou do pai que era dono do Pão de Açúcar, etc.** [...]
O Nuno pôs o gajo [Luís Pedro Nunes] a director do "Inimigo Público". [...]
O mais giro é que fui atacado quando o Nuno Artur Silva foi para a RTP e disse que já não tinha nada a ver com as Produções Fictícias. Agora anunciam que ele vendeu as PF esta semana. [...]
Este é o gajo  por detrás do poder. O advogado é chefe dos GOL maçons. Ex-ministro da Cultura. Foi sócio das PF - Pinto Ribeiro, marido da Anabela Mota Ribeiro. Número um do GOL [Grande Oriente Lusitano]. Por isso o Artur é maçon.»
Falando-se de NAS nos últimos nove minutos do "Irritações" de 15.Jan.2015, na SIC Radical, João Quadros desalinha dos quatro compinchas [por exemplo, José de Pina, Conheço o Nuno desde os 16 anos ...]:
«... A gestão das coisas que eu conheço do Nuno é muito má. Das pessoas, etc. ... uma coutada onde só alguns entram, dos amigos e de quem não é contra ele ... Odeio coutadas ...», contando coisas sombrias das Produções Fictícias.
43:00-52:00   

Mais: "João Quadros a insultar Nuno Artur Silva, administrador da RTP"

Fátima Rolo Duarte, 24.Fev.2018: O Nuno Artur Silva mexe-se, mergulha em apneia e a cavalo no peculiar universo das cabalas. [...] Porra, 3 vezes Porra. Este é o pequenino Portugal que me irrita como o caraças.»

Finalmente, Eduardo Cintra Torres: «[...] E há Artur Silva, o eterno pedinchão de subsídios, contratos e tachos. [...] Tudo legal. Tal como a sua ministra, pode recomprar no dia em que sair do governo. Controlando o orçamento da Cultura, já há vermes arrastando-se para o Palácio da Ajuda. [...]»
"De familygate a businessgate" | CM, 27.Out.2019
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Já me esquecia do 800 500 900.
** Enganou-se no Pão de Açúcar. Era o INÔ. E podia ter referido o BPN/Sociedade Lusa de Negócios.