Retomando o rol mais ou menos onde o interrompera, este é, quero prometer, o último verbete que dedico a Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático [PML]. Todos os amores e todas as obsessões se extinguem.
Com proveito directo para o orçamento doméstico do próprio mas sobretudo, presume-se, em benefício da saúde cívica e moral da, como ele gosta de definir, comunidade, PML é um sujeito público — simpático, bem-apessoado e afinadinho de bons agudos — a quem a Global Media e a Impresa pagam os seguintes serviços regulares, a par de intervenções esporádicas, de comentariado político, desportivo e diversos:
Extraordinárias e avultadas competências terá. Apreciemo-las.
Mas antes, quem é mesmo o comunitário PML, «ateu católico», assim se define, não deixando eu de achar graça a ateus que se devotam tão fervorosamente a religiões destas, seus totens e ícones, sequaz de Jorge Nuno Pinto da Costa e do Futebol Clube do Porto, cujo Conselho Superior integra, que de tantos prestigiados púlpitos bota falança e debita opinião categórica?
Posaconazol por ele próprio:
e
«Nasci no Porto em Maio de 1966 e vim, passados meia dúzia de anos, para Lisboa. Licenciei-me em Direito, mas nunca mais vi um livro de Direito. Fiz um MBA, mas nunca gostei de gestão. No entanto, fui merceeiro, gasolineiro, cauteleiro, bancário,** trabalhei em empresas de telecomunicações, sempre de fato e gravata e com alguma eficiência. Dessa parte da minha vida, a única coisa que sobra são uns cavalheiros que me contratam para dar uns conselhos sobre a actividade das empresas deles. De há uns anos a esta parte comento política e outras coisas para uma televisão e uma rádio, escrevo para um jornal e algumas revistas. É esta a minha actividade principal. Quando for grande quero escrever um livro, entretanto vou lendo os dos outros.» - Maio de 2013
Fernanda Câncio apresenta-o, o meu gorducho:
«[…] minhoto tripeiro lisboeta (Minho de família, Porto de nascimento e clube, coração da Lisboa onde chegou aos quatro anos - Amo esta cidade como só os imigrantes amam a cidade que os acolhe) [...] Ia muito ao Frágil [...] Filho de um empresário de hipermercados e de uma professora primária, tirou o curso de Direito na Católica e um MBA na Universidade Nova. Queria ser actor, a maior paixão da minha vida foi o teatro. Mas venho de uma família de 'self-made men' que olham para a cultura de lado. Também quis ser jornalista. Acabei merceeiro, como o meu pai. Também fui cauteleiro (administrador da Casa da Sorte) e gasolineiro (tem postos de gasolina). […] Diz-se próximo do PSD e há quem o diga "a cabeça" de Pedro Passos Coelho. Era ele o homem de gabardine bege que acompanhou o prospectivo líder ao anúncio da candidatura. Fim de parêntesis. […]» - Agosto de 2008
** À compreensão da metonímica e pseudodepreciativa, para ter graça, banalidade profissional de PML talvez ajude o currículo de seu pai, Domingos: fundador e antigo accionista maioritário da cadeia de supermercados INÔ; co-fundador do BPN, Secretário da Mesa da Assembleia Geral da SLN, Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Imobiliária da Fábrica do Gelo, SA, no universo de Oliveira e Costa/BPN; Presidente do Conselho de Administração da Casa da Sorte; Presidente do Conselho de Administração da Dónigo-Imobiliária.
Ricardo Araújo Pereira retrata-o:
«... sonsinho ..., parvinho..., patético ... Ninguém percebe a projecção pública que tem ... Porque é que é o cronista mais bem sucedido do país ... Não escreve bem, não tem graça... Disse bem do Passos Coelho durante vários meses. Quando percebeu que o Passos Coelho ia pôr o Relvas deixou de ter interesse e passou a criticar o Passos Coelho.» [aqui e aqui - Outubro de 2019]
Quando um jornal [Diário de Notícias] prefere pôr jornalistas em "lay-off" e pagar a PML para escrever é porque deixou de ser um órgão de informação e se transformou num instrumento de propaganda ... o comentador geral de temas igualmente gerais e que ainda é pago por isso ... nunca ninguém viu PML a consultar um processo ou a ler os milhares de páginas que os juristas tanto gostam de escrever ... habitual ponta de lança de um bloco central habituado a viver num reino de privilégio»- Julho de 2020
Carlos Rodrigues Lima referia-se à crónica no DN de 11.Jul.2020, "Carlos Alexandre em vez da deusa vendada" em que PML perora sobre o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, vulgo "Ticão", e rejubila com a condenação em primeira instância de José António Saraiva, em acção intentada pela madrinha Fernanda Câncio, ofendida na página 165, presumo, deste livro, escondendo dos leitores — oh espanto!, um fundamentalista da presunção de inocência faz isso? — que JAS interpôs recurso para a Relação e que até trânsito em julgado, etc., etc.
João Quadros apura-o:
«O PML, que eu conheço desde puto, andou atrás de mim para lhe apresentar o Nuno [Nuno Artur Silva] - 'Porque queria ser conhecido'. O gajo é podre de rico. Herdou do pai que era dono do Pão de Açúcar [INÔ, JQ enganou-se], etc.» - Outubro de 2019
Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático, 21.Set.2019:
PML, claro está e absolutamente, não esboça «dúvidas» nos seus escritos e ditos públicos — e esboça-as em regime diluviano — que não seja para afirmar taxativamente que as não tem, rigorosa ou absolutamente nenhuma, ou tem muito poucas. Há estudos a apontar certezas blindadas destas para o espectro mental da idiotia.
As «maiorias» de PML são inevitavelmente esmagadoras, por vezes esmagadoríssimas. PML é uma desmesurada hipérbole em pessoa.
Pensando em como PML fala ou falou de, por exemplo, Francisco Sá Carneiro, Marcelo Rebelo de Sousa, Freitas do Amaral, Nuno Artur Silva, Pedro Passos Coelho, Ferreira Fernandes, Fernanda Câncio, Rui Rio, Fernando Medina ou Mário Soares, «O melhor de nós todos», aflora-se-me o esboço de um lambecusista e acode-me inevitavelmente à lembrança a mítica e actualíssima dilucidação do espécime — "Os Caras de Cu" — que Miguel Esteves Cardoso fez n' O Independente de 21.Jun.1991.
Do que, além do FCP, da família e dos amigos, PML é, nomeadamente, público e veemente arauto: comunidade, Estado de direito democrático liberal, capitalismo, presunção de inocência, segredo de justiça, causas LGBTQ+, cultura "woke" ou tudo o que Fernanda Câncio matrocine, incluindo a presunção de inocência de José Sócrates [enfim, já teve melhores dias] e a honra de Paulo Pedroso.
O que, designadamente, PML repudia com veemência pública: Ministério Público, populismo, oportunismo [a sério?], Cofina, Observador [ultimamente menos, vá lá saber-se porquê e logo veremos se um dia o convidarem para escrever lá], André Ventura, Carlos Alexandre, Pedro Passos Coelho, Igreja Católica, delação premiada, inversão do ónus da prova, João Miguel Tavares e, quero crer, Ricardo Araújo Pereira.
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Espanta-me que um licenciado numa universidade e pós-graduado noutra, ambas de alegado alto gabarito, exiba cultura geral tão débil e articulação discursiva tão trôpega. Nota-se à vista desarmada que PML não lê muito.
Por outro lado, pela gramática sofrida e esfrangalhada que PML pratica no "Eixo do mal", no Twitter ou no Facebook [na TSF raramente o oiço], imagino como sairiam desastradas as suas prosas no DN não fosse a intervenção vigilante doutrem.
«os distribuidores de conteúdos também os vão distribuir.» - 16.Jul.2017
Coisas estranhas que um distribuidor faz...
existirem medidas, seu burro!
haja correcções, seu ignorante!
«queriam que o presidente da República batesse palmas à nigligência evidente que o governo mostrou neste processo» - 28.Out.2017
«nem todo foi por niglegência ou má gestão, nem todo foi por niglegência ou má gestão» - 09.Mai.2019
«é uma catástrofe, é uma nigligência profunda!» - 26.Nov.2017
«ele [ministro Eduardo Cabrita], aliás, foi niglegente nas atitudes que tinha de tomar, mas mesmo que não o fossem» - 17.Dez.2020
negligência / negligente, seu alternadíssimo apedeuta!
mesmo que não fosse
«porque diabo o conselheiro Gaspar faria diferente?» - 29.Out.2017
«deve explicar porque diabo […]
tratado como simples incompetência uma situação que […]
«Porque diabo» - 19.Abr.2020
por que diabo, seu repetitivo burro! Aprenda.
tratada
«Talvez seja optimismo, mas estou convencido de que a esmagadora maioria do povo português pensa que sem um Estado forte, sem funcionários motivados, mal pagos e com carreiras mal definidas não há país que se desenvolva.» - 19.Nov.2017
Desconchavo completo. O que PML queria dizer é «com funcionários desmotivados...»
«Eu não sou daqueles que fica logo todo muito entusiasmado» - 02.Dez.2017
daqueles que ficam, s.f.f.
«Nada obsta … que o Procurador-Geral da República seja reconduzido.» - 14.Jan.2018
a que
«mais uma vez um caso de pessoas congominadas — as mesmas! — em relação a uma determinada circunstância» - 04.Fev.2018
mancomunadas
«os católicos aceitam e não aceitam um conjunto de coisas, mas mesmo assim autodominam-se católicos» - 11.Fev.2018
autodenominam-se, seu lerdo!
«tentativa desesperada de encontro àquele grande fenómeno das eleições» - 24.Set.2017
«o segundo ponto vai muito de encontro àquilo que o Daniel diz» - 25.Mar.2018
«um orçamento que vai de encontro àquilo que Bruxelas exige e quer.» - 01.Dez.2018
«Todas as políticas dos países, neste momento, têm de ir de encontro aos problemas ecológicos […] Portanto, esta é uma medida que vai de encontro a todos esses pontos.» - 21.Mar.2019
ao encontro de / vai ao encontro daquilo / ir ao encontro dos problemas / vai ao encontro de todos esses pontos / vai ao encontro do que tu dizes. Aprenda, seu grandíssimo e alternadíssimo burro!
«Não ponhas isso na minha boca porque não foi minimamente prejorativo» - 15.Abr.2018
pejorativo, burro!
«Costa e Centeno revirão em baixa as metas do défice» - 15.Abr.2018
reverão, seu asno!
«Helas» - 19.Abr.2018
«tem razão o doutor Rui Rio e tem razão – hélas! – o doutor António Costa.» - 19.Set.2019
PML não faz a mínima noção do uso pertinente de «hélas». Mal se perdoa a Ferreira Fernandes que ainda não tenha ensinado ao seu pupilo «querido» que, burrrinho, emprega «hélas!» quando quer e deveria dizer «voilà!».
«Eu estou convencidíssimo, mais do que convencido de que com a não saída de Bruno Carvalho, segunda-feira, depois de amanhã, vão existir um conjunto de jogadores que vão pôr…» - 20.Mai.2018
vai existir / vai haver
«onde se eutanizam» - 27.Mai.2018
Vá lá, Posaconazol, mais uma tentativa...
«com medo de que os eutanisassem.» - 03.Jun.2018
Ora merda, meu Posaconazolinho disléxico!
eutanasiassem, porra!
«não estou a dizer que eles sejam bem pagos. O que eu estou a dizer é que eles são muito melhor pagos do que eram» - 09.Dez.2018
mais bem pagos, seu burro!
«essa pergunta está insita em todas as crises que o PSD tem ultrapassado» - 13.Jan.2019
ínsita, seu burro!
«três ordens de razões …
A primeira …
Em segundo lugar …
O terceiro …»?!
«Como está a ser avaliada a idoniedade…» - 14.Fev.2019
idoneidade, seu bronco!
Nota-se à distância quando a revisão do DN não lhe acode. Veja-se o destrambelho de concordâncias e não só nesta peça de 30.Mar.2019:
«Há dois aspectos fundamentais para se perceber este fenómeno do excesso de relações familiares na governação e demais organismos públicos.
A primeira está relacionada com [...]
A segunda, ligada a essa, tem que ver com uma lógica que os partidos foram desenvolvendo [...]
Chegou-se mesmo ao extremo de ser comum ver acusações a pessoas por serem amigos de este ou daquele de outro partido [...]
Culpa dos populistas, dos combatentes contra a democracia liberal? Não, culpa nossa, que lhe vamos dando munições [...]
tentar prever o que vai acontecer na próxima hora é como alguém tenta adivinhar quem vai ganhar a lotaria na próxima segunda-feira. [...]»
o primeiro / o segundo
deste
lhes
tentar
«os entendimentos entre o PS, o BE e o PCP em matérias estruturais é impossível» … «é preferível a geringonça … do que a possibilidade …» … «Porém, tudo indica que nem o PS terá uma maioria absoluta — que esta crise poderia ter deixado os socialistas à porta — nem o PSD e o CDS a obterão.»
«a tentativa de mostrar que não houve recuo nenhum chega a ser patético»
«não me constou que tivessem falado dos erros que os bancos cometeram e que obrigaram os portugueses a pagar e muito menos de o ??? devolverem a quem perdeu o emprego ou a casa ou teve de passar por sacrifícios.» - 11.Mai.2019 [Revisor de folga?]
são impossíveis
à possibilidade
à porta da qual esta crise iria poder deixar os socialistas, s.f.f.
patética
«paraísos fiscais que servem apenas e somente para fugas aos impostos devidos» - 02.Nov.2019
«Só apenas 8,3% dos trabalhadores do sector privado são sindicalizados.» - 16.Nov.2019
«As críticas, muitas vezes justas aos partidos, fazem-nos, demasiadas vezes…»
Falta vírgula em «justas», pá! «muitas vezes justas aos partidos» é outra coisa, seu burro!
«aquilo em quem votamos»
«bandeiras fáceis, mas profundamente divisíveis» - 30.Nov.2019
aquilo em que
divisoras, seu burro!
«em nome do combate a esse flagelo está a tentar destruir-se algo de muitíssimo mais importante.» - 14.Dez.2019
está-se a tentar destruir algo, s.f.f.!
«a alteração do nosso volume de dívida não seria significativo»
«escacaram as portas à bufaria e ao poder dos tablóides» - 21.Dez.2019
significativa
escancaram
«Não curiosamente os nossos trabalhadores são elogiadíssimos noutras economias» -
«os problemas da produtividade é dos trabalhadores e do malfadado Estado.» - 04.Jan.2020
Não por acaso
os problemas ... são, s.f.f.
Na coluna "11/2/07", PML tem 1 x «interrupção voluntária da gravidez» e 4 x «IVG» sem conseguir escrever a palavra «aborto».
Lembro que PML se arroga frequentemente de grande coragem e frontalidade.
«o problema do Papa emérito ter defendido posições contrárias ao do Papa em exercício»
de o Papa
posições contrárias às, seu tosco!
No DN de 21.Mar.2020, uma diarreia de comunidade à mistura com conjugações e concordâncias estapafúrdias ou a covid no masculino [erro de género que grassa entre os falantes de português; expliquei aqui], e, para não variar, «Tenho poucas dúvidas».
«Sei, porém, umas coisitas.
Sei que em nenhum país minimamente desenvolvido e com algum respeito pelos cidadãos tem aviões a aterrar no meio da cidade.» - 29.Fev.2020
Sabe, seu ignorante aeroportuário? Ora leia, por exemplo, isto.
«é um candidato que não afuguenta o eleitorado indeciso» - 05.Mar.2020
afugenta, seu ganda burro!
«Rio cai num erro que não pode mesmo cair» - 13.Jun.2020
num erro em que, s.f.f. «erro que não pode cair» é outra coisa, seu cabeça-de-alho-chocho!
«quanto muito, houve um banco péssimo e um banco horrível» - 30.Jul.2020
quando muito, burro! Aprenda!
«as nossas dúvidas e inseguranças sobre como devemos lidar com eles é sempre igual.» - 01.Ago.2020
elas são sempre iguais
«o facto de ser contra o outro, neste momento é assim o alfa e beta da sociedade americana.» - 05.Nov.2020
o alfa e o ómega, néscio!
Ante tal jorro de iliteracia e burrice, convenhamos que é de lata sem fundo vir PML escarnecer da qualidade e necessidade de edição dos outros:
«Maria Luís Albuquerque escreveu um texto que, enfim, alguém se esqueceu de editar — no mínimo, é o que se pode dizer —, esqueceram-se de editar o texto de Maria Luís Albuquerque. Saiu um bocadito mal, aquilo. O texto que ela escreve, que saiu um bocadito mal porque não editou bem. Mas não é um texto sobre a eutanásia, é "Vamos bater no Rui Rio".» - 03.Jun.2018
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Vamos a coisas doutra densidade.
Quem pode acreditar em Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático?
Possivelmente amigos, incautos e graxistas e, claro, quem quiser. Para mim, mente.
Acerca da celebração do 25 de Abril na Assembleia da República em tempo de pandemia e confinamento declarou PML:
«Fiquei contente de (?) ter havido um relativo consenso em relação a esta questão. Claro que não vão existir manifestações, como é evidente; claro que não vão haver encontros comemorativos, também me parece evidente. Portanto, descer a avenida [da Liberdade], olha, desde 1976 que eu a desço, este ano vai ser a primeira vez que não…» - 16.Abr.2020
não vai haver encontros, seu burro!
Factos:
Em 25.Abr.1976 PML era uma criança de nove anos enquadrada numa família reaccionária do norte, muito provavelmente alérgica à abrilada redentora, migrada do Porto para Lisboa meia dúzia de anos antes. Estou mesmo a ver o catraio descendo a avenida de cravo ao peito... Mas o pior para a sua memória recauchutada de criatura progressista desde o berço é que em 25 de Abril de 1976 não houve nada na Av. Liberdade; era domingo, dia das primeiras eleições legislativas pós-25 de Abril.
25.Abr.1977, segunda-feira - Desfile militar na Av. Liberdade, do Marquês ao Rossio, apupado por populares.
25.Abr.1978, terça-feira / 25.Abr.1979, quarta-feira / 25.Abr.1980, sexta-feira - concentrações comemorativas do PCP/APU (Aliança Povo Unido) no Parque Eduardo VII; nada na avenida.
O primeiro desfile popular comemorativo do 25 de Abril na Av. Liberdade, em Lisboa, só ocorreria em 25.Abr.1981, sábado.
Na ginástica de se reconstruir como militante de Abril desde sempre só falta a PML tentar persuadir o pagode de que o cravo com que usa paramentar-se uma vez por ano na televisão ainda é o mesmo que lhe foi dado pela dona Celeste Caeiro naquela gloriosa quarta-feira de 1974, O dia inicial inteiro e limpo...
Acerca da saída da direcção do Diário de Notícias de Catarina Carvalho e do seu muito querido compincha Ferreira Fernandes, com quem terá aprendido a dizer «o óbvio ululante» de Nelson Rodrigues, disse PML:
«Agradeço-lhes o privilégio de ter podido continuar a escrever no jornal que é meu há mais de 40 anos» - 18.Abr.2020
Ora bem, «mais de 40 anos» é de 1980 para trás, teria PML, no máximo, 13 anos. Acredite quem quiser; ainda assim vejo mais lá por casa, naqueles tempos, o JN portuense ou o Correio da Manhã do que propriamente o cosmopolita e mais selecto lisboeta DN, mas isto sou eu a especular.
Se aquele agradecimento e a declaração de fidelidade não são o lambecusismo de que falava Miguel Esteves Cardoso, o que é um lambe-cus?
Certo é que Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático continua de poleiro sabadal agenciado no DN, agora de Marco Galinha, dirigido pela cinzenta Rosália Amorim, o que não augura nada de venturoso para a captação de leitores e assinantes de que o jornal carece desesperadamente. PML agarra-se ali como lapa e talvez continue até, sei lá, que o jornal faleça de vez ou até que quem manda naquilo perceba que PML e, já agora, o seu camarada Paulo Baldaia, que mantém lá colaboração, são tão mediocrezinhos, Deus seja louvado.
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António Guerreiro:
Caro PML: talvez não aprecie ver-se citado ao lado de um texto que fala de catedrais; gostaria, porém, de lhe dizer que ao convocá-lo para o meu panteão de modo nenhum estou a sugerir que você tem o exclusivo dessa tagarelice geralmente classificada como "comentário político". Sucede que exíguo é o panteão para alojar a legião dos seus pares. - 19.Abr.2019:
Com ironia e altivez descoroçoantes e sem revisor que lhe valesse com duas vírgulas indispensáveis à correcção do fraseado, PML reage em 23.Abr.2019:
Caro António Guerreiro, sendo seu admirador e leitor fiel das suas crónicas, fiquei muito contente de o saber também ouvinte do programa “Bloco Central” da TSF onde participo. Pelo que li na sua crónica no Público de dia 19 de Abril está particularmente atento às minhas intervenções, o que muito me honra.
Deixou, no entanto, claro que não gostou de um comentário que fiz no dia 12 de Abril e resolveu tirar ilações definitivas sobre todo o meu desempenho como comentador político.
Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Convirá que é estranho que tenha uma opinião tão negativa da minha actividade e no entanto siga habitualmente as minhas prestações. É que não me passaria pela cabeça que alguém com as responsabilidades do António Guerreiro, e que repito tanto admiro, tirasse conclusões definitivas sobre a minha actividade profissional baseando-se apenas num conjunto de frases mais ou menos infelizes que eu tenha proferido num único programa. Seria uma coisa, no mínimo, intelectualmente desonesta que este seu leitor de tantos anos se recusaria a acreditar que fosse possível. Espero mantê-lo como meu ouvinte e não hesite em enviar os seus comentários e sugestões.
Conhecendo o que e como um e outro escrevem, não consigo acreditar em que Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático leia António Guerreiro. Tão grande, antigo e persistente apreço de um camaleão ínscio por um príncipe do conhecimento e da escrita soa demasiado inverosímil ao meu ouvido. «responsabilidades»?, «não hesite»?, «sugestões»?... Cáspite!
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Posaconazol e os homossexuais - 17.Abr.2016
Posaconazol e o racismo:
«Nós somos um país estruturalmente racista, valha-me Deus.» - 30.Jan.2020
«cá estarei eu para, se for mentira, pintar a cara de preto.» - 10.Out.2019
Quod erat demonstrandum.
Posaconazol e a Igreja Católica
«não sou católico, não sou cristão, nunca fui casado pela igreja» - 11.Fev.2018
Não sendo católico nem cristão, é de supor quão contrariado PML frequentou, dos 18 aos 23 anos, a Universidade Católica Portuguesa onde se formou em Direito. Enfim, sei que a fé se perde, ou adquire, em qualquer idade, mas ficar-lhe-ia bem alinhar congruentemente, para quem paga para o ler ou escutar, o rumo das suas convicções e dissertar um pouco sobre a sua vivência — já não era criança — na universidade da Igreja e o que o levou a matricular-se nela.
PML conta em 01.Ago.2020 da escola que queria por força ministrar a disciplina de educação religiosa ao filho mais novo [Sebastião] e de como galharda e firmemente se opôs a ponto de o retirar de lá.
Olha o enlevo com que o ateu chique se refere ao cardeal Tolentino...- 20.Ago.2020
Em 24.Out.2020 PML escreve com entusiasmo sobre o Papa Francisco e a "Fratelli tutti", que na antevéspera o fizera vir-se na televisão, uma vez e outra; diz que leu e releu [«fiquei deslumbrado, entusiasmadíssimo com a encíclica»]; e proclama-se «ateu católico» para ter a tal graça que Ricardo Araújo Pereira lhe não encontra. Nem eu.
PML citou o ponto 118 — «todos nascemos com a mesma dignidade» —, Plúvio cita o 170:
«Deixai-me repetir aqui que «a crise financeira dos anos 2007 e 2008 era a ocasião para o desenvolvimento duma nova economia mais atenta aos princípios éticos e para uma nova regulamentação da actividade financeira especulativa e da riqueza virtual. Mas não houve uma reacção que fizesse repensar os critérios obsoletos que continuam a governar o mundo».[Carta encíclica Laudato si’ (2015)] Antes pelo contrário, parece que as reais estratégias, posteriormente desenvolvidas no mundo, se têm orientado para maior individualismo, menor integração, maior liberdade para os que são verdadeiramente poderosos e sempre encontram maneira de escapar ilesos.»Eis um dos que, entre inúmeros, não serão decerto combate de vida do assumido capitalista liberal PML.
"Fratelli tutti", 03.Out.2020
"Fratelli tutti", 03.Out.2020
Posaconazol e o Correio da Manhã - 16.Jul.2017
Posaconazol e o PCP - 05.Set.2020
Posaconazol acerca de André Ventura: «Nunca esperei que um animal destes fosse parar ao PSD.» - 23.Jul.2017
De quando Posaconazol se assumia entre os maiores coriféus de Rui Rio, contra os nostálgicos do passismo, acoitados no Observador, e de como RR começou a perder para PML as graças do mar:
"Rui Rio e o racismo", 13.Jun.2020
"A traição de Rio", 14.Nov.2020
«[...] Princípios? Valores? A isto Rio nada diz. A questão é poder, logo venda-se a alma ao diabo. [...] Apareceram, sim, os viúvos de Passos Coelho a mostrar o seu contentamento (porque pensam que a desagregação da direita facilitará o regresso do ex-primeiro-ministro) [...]» - 21.Nov.2020
Posaconazol acerca de dois particulares amigos: «A semana passada falámos aqui numa campanha negra, nojenta e miserável que atacou o nosso amigo [Nuno Artur Silva], e que foi bem sucedida, e é de lamentar que os "maus" tenham ganho. Há também uma campanha negra que foi elaborada contra uma pessoa que eu acho que tá acima de qualquer suspeita, que se chama Miguel Frasquilho ***, que foi metido num..., que também foi feita uma campanha violenta, criminosa, contra Miguel Frasquilho, mas nesse caso os "maus" não ganharam» - 04.Fev.2018
*** Com quem, de braço dado, PML apoiava noutros tempos Pedro Passos Coelho.
Em nova objurgatória descabelada contra o Ministério Público, Posaconazol defende Rui Moreira, seu dilecto amigo, presidente da Câmara Municipal do Porto e capataz do Conselho Superior do FCP, de que PML é membro. - 25.Dez.2020
PML em 15.Abr.2018: «Estivemos em presença de um aldrabão completo, mentiroso compulsivo que foi desmascarado sobretudo por ainda haver jornais, como o Guardian, como o The New York Times.»
Referia-se a Mark Zuckerberg, inquirido no Congresso dos EUA na semana anterior.
Não resisto a um "mutatis mutandis": Estivemos em presença de um aldrabão completo, mentiroso compulsivo que foi desmascarado sobretudo por ainda haver jornais, como o Correio da Manhã, como o Sol ou o i.
Quero adivinhar a quem se referiria PML se ousasse falar assim...
Posaconazol defende Fernando Medina:
«Eu lembro-me de um certo artigo de um pateta a chamar-lhe provinciano [a Fernando Medina], no Público****, perfeitamente pateta. Foi o Pedro Bidarra. Fez um artigo inacreditável, vergonhoso.» - 08.Jul.2018
Posaconazol defende o CDS da filoxera, a propósito deste artigo da médica ortopedista Joana Bento Rodrigues:
«não resta outra hipótese que não seja expulsar Joana Bento Rodrigues do partido» - 02.Mar.2019
Espera-se que tenha reverificado a infracção com o VAR.
Posaconazol adora o presidente-arlequim
PML picaresco
«Espero que esta crise terrível [covid-19] acabe rapidamente e uma das razões é poder dar um beijo no Rodrigo Guedes de Carvalho que tem feito um papel extraordinário» - 12.Mar.2020
Referência às homilias de RGC na SIC.
PML sem graça, achando que a tem
"O Haiti não é aqui", 02.Jan.2021
Um descoco de título — «roubado a Caetano Veloso», diz PML — sem rigorosamente nada a ver com a substância da crónica.
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Posaconazol e Paulo Pedroso + Fernanda Câncio
Artista imbatível do mimetismo, PML surfa, sempre a reboque, a generalidade das causas e assuntos em que labuta Fernanda Câncio*****, profissional fossona supercompetente, vezes demais tendenciosa e desonesta, em activismo de permanente "culatra puxada atrás" [sacerdotisa emérita da religião Lux Frágil, contra a polícia e contra a Igreja, contra o barulho-trânsito-turistas e especulação imobiliária na sua rua, pelos animais fofinhos e pela liberalização da canábis, pelo figo, pelo Benfica e por todas as coisas do género], sem prejuízo de reconhecer esta grande repórter no DN entre os jornalistas que melhor redigem por cá; tomara PML escrever como FC. "Paulo Pedroso" é uma das mais coesas recorrências solidárias de ambos.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) determinou em 12.Jun.2018 a atribuição a Paulo Pedroso de uma indemnização de 68.555 euros por danos materiais e morais, custas e despesas.
Fernanda Câncio:
«a esmagadora maioria não terá qualquer curiosidade em saber os exactos motivos da decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que na semana passada reconheceu a ilegalidade da prisão de Pedroso e condenou o Estado português. "Acham" e acabou. [...] Aquilo que o acórdão do TEDH — como já o fizera o Tribunal da Relação de Lisboa em 2003 — descreve como uma decisão de prisão preventiva infundamentada, [...] um ministério público que continua a ostentar em alguns casos interpretações romanceadas, canalhas, voyeuristas e preconceituosas de "provas" e chegou agora ao ponto de permitir — se nada faz para impedir nem punir, permite — a exibição televisiva de vídeos de interrogatórios. [...] mas temos a nossa opinião. Como aquela pessoa que em 2003 me disse: 'Já viste que ele não tem barba? Tem mesmo cara de pedófilo'.******» - 17.Jun.2018
PML:
«[...] mas não me sai da memória a frase 'ressonância da verdade' [...] Tenho pouquíssimas dúvidas de que o caso Casa Pia tem várias vítimas de decisões judiciais erradas e de difamações soezes [...] o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou o Estado português por ter mantido Paulo Pedroso preso, não sendo as razões para a sua prisão preventiva relevantes ou suficientes. [...] Como membro da comunidade que o tratou de forma tão ignóbil, peço-lhe a minha parte das desculpas que lhe são devidas. Como cidadão, confesso o meu medo. O medo de ser insultado, ultrajado, acusado do mais vil dos crimes sem que pouco ou nada possa fazer pelo meu bom nome.
Paulo Pedroso foi uma das vítimas de um sistema que precisa urgentemente de ser reformado. Você, caro leitor, pode ser a próxima vítima.» - 18.Jun.2018
Posaconazol ridículo.
Detive-me por segundos no Capítulo V/161 do Acórdão, negritos meus,
«[...]
6. Dit,
a) que l’État défendeur doit verser au requérant, dans les trois mois à compter du jour où l’arrêt sera devenu définitif, conformément à l’article 44 § 2 de la Convention, les sommes suivantes :
i. par quatre voix contre trois, 14 000 EUR (quatorze mille euros), plus tout montant pouvant être dû à titre d’impôt, pour dommage matériel,
ii. à l’unanimité, 13 000 EUR (treize mille euros), plus tout montant pouvant être dû à titre d’impôt, pour dommage moral,
iii. à l’unanimité, 41 555 EUR (quarante et un mille cinq cent cinquante-cinq euros), plus tout montant pouvant être dû par le requérant à titre d’impôt, pour frais et dépens ;
[...]
7. Rejette, à l’unanimité, la demande de satisfaction équitable pour le surplus.
[...]»,
para entender melhor a manha e o fervor com que as Madalenas chorosas e indignadas [Câncio, PML e quejandos] elidem no noticiário das suas conquistas os pormenores que enfraquecem a causa. Paulo Pedroso reclamava cerca de 450 mil euros.
PML: «Faz hoje 17 anos que Paulo Pedroso foi preso na Assembleia da República, e houve um assassinato de carácter, a pior difamação, a pior calúnia que se pode fazer a um homem foi feita a Paulo Pedroso. Eu ia dizer que lhe destruíram a vida, mas não é verdade. Eu tenho que o elogiar. Ainda hoje vi uma nota dele no Facebook a lembrar estes 17 anos e fico comovido sempre que vejo que, apesar de tudo aquilo que lhe fizeram, ele continua a estar bem com a vida. Ele diz lá algo — com isto termino — que eu também, faço minhas as palavras dele, não consigo lê-las porque imprimi mal a folha*******, em que gostaria de poder dizer que o que lhe aconteceu a ele, a ignomínia que aconteceu a ele já não podia acontecer mais vezes. Tenho muitas dúvidas [vá lá, não há mantra sem excepção] que a justiça tenha dado os passos certos para que aquilo que lhe fizeram a ele não volte a acontecer.» - 21.Mai.2020
PML: «Nesta semana fez 17 anos sobre a detenção de Paulo Pedroso em plena Assembleia da República. O ex-deputado esteve preso preventivamente indiciado por um crime hediondo. Foi libertado, uns meses depois, por nem sequer os indícios terem qualquer fundamento.
Ia agora escrever que entretanto foi caluniado, ofendido de todas as formas e feitios, a sua carreira política promissora destruída e ele olhado de lado em todos os sítios onde se dirigia. Mas não é entretanto, dezassete anos depois, ainda há muito miserável que continua a fomentar a mais nojenta calúnia que um homem pode sofrer.
Não consigo imaginar aquilo por que Paulo Pedroso passou, mas sei que só alguém muito forte e de muito bem com a vida consegue sobreviver a um inferno daqueles.
Deixa-me sempre entre o espantado e o comovido ele não aparentar guardar rancores e ter ultrapassado a ignomínia que lhe fizeram. Mais do que isso, ele querer lembrar o seu exemplo não para se vingar mas para que outras pessoas não passem o que ele passou.
Fica aqui o que ele escreveu no seu Facebook, uma lição de vida de um homem bom: 'Continuar-me-á sempre a incomodar a ideia de que hoje mesmo alguém pode estar a passar por um absurdo semelhante e não tenho a certeza de que na justiça tenhamos dado passos decisivos para prevenir tais erros fatais e suas monstruosas consequências. Assim como não estou convencido de que a justiça portuguesa esteja hoje mais disponível para a autocrítica dos seus erros grosseiros do que estava há uns anos. O meu pesadelo acabou. Mas suspeito que o de alguém, que não sei quem é, pode estar a começar hoje e fizemos pouco para evitar que assim seja. Achamos ainda que o inferno destes erros é para os outros e a justiça não sente os seus erros com o peso que a sua centralidade numa sociedade livre exige.'» - 23.Mai.2020
Confio genericamente no sistema judicial, porventura muito mais do que PML, sendo todavia verdade que não sou tão hiper-susceptível como ele a eventuais erros que molestam ou sentenciam gente poderosa. No caso de Paulo Pedroso o trânsito da justiça consumou-se globalmente a seu favor [Carlos Rodrigues de Almeida e Horácio Telo Lucas, desembargadores, tiraram-no da prisão preventiva, contra o voto de vencido de João Moraes Rocha; Ana Teixeira e Silva, juíza de instrução, decidiu não o pronunciar], bom para ele.
Exara PML que os indícios não tinham qualquer fundamento. PML não é sério, não lê.
Respigo do Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 09.Out.2003, que, por dois votos contra um, libertou PP:
«[...] Perante a conjugação dos depoimentos da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª testemunhas, entendo que existem fortes indícios da prática por parte do arguido de crime doloso punível com pena de máximo superior a três anos (artigo 172º, nos. 1 e 2, do Código Penal)».
Darei de barato que o jurista formado na Católica, Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático, não tenha João Moraes Rocha na condição de imbecil. Mas aposto em como PML pouco ou nada terá lido do processo; refiro-me às peças processuais. Como ele sabe, e denota sofrer horrores com isso, a "vox populi" é tramada.
«o ex-casapiano Pedro Namora, advogado que se destacou na denúncia dos casos de abusos sexual na instituição, considera que a decisão do tribunal europeu teria sido diferente 'se os juízes tivessem ouvido as crianças que acusaram Paulo Pedroso'. 'Esta decisão há-de ser judicialmente muito equilibrada, mas não tem em conta o essencial que é a dor das vítimas', declarou ao Público.
'Esta vitória do doutor Paulo Pedroso acaba por se dever a questões processuais que, em Portugal, se aplicam a noventa por cento dos arguidos comuns. Tanto quanto percebi, o tribunal não se pronuncia sobre o fundo da questão. E, para mim, Paulo Pedroso continua a ser uma pessoa por quem sinto uma profunda repugnância', acrescentou o autor do livro "A dor das crianças não mente" que escreveu a propósito do processo Casa Pia.» - Público, 12.Jun.2018
Mas há coisas que PML não perdoa a PP:
«Se Ana Gomes quer um exemplo do que pode acontecer com estas conversas é perguntar a Paulo Pedroso - que não consigo compreender como participa nesta campanha e avaliza este tipo de discurso. [...] O clima de suspeição generalizada que ela ajudou a instalar, fazendo processos de intenção a torto e a direito sobre políticos, escritórios de advogados e pessoas e empresas de várias áreas [...] espanta ver gente que me habituei a ver como lutadora contra oportunismos e populismos a apoiar a ex-deputada europeia [...]» - 05.Dez.2020
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***** Aprecie-se a menstruação congratulatória sincronizada — lambecusismo endógeno — de FC e PML, em Mai/Jun.2018, ao redor do «grande» Ferreira Fernandes, recém-investido na direcção do DN onde todos amealhavam. FF migraria entretanto para o Público. A propósito, «[...] Ferreira Fernandes vai passar a escrever no PÚBLICO, todos os sábados, a partir do dia 25 de Julho. Ferreira Fernandes, ex-director do Diário de Notícias, que trabalhou no PÚBLICO no início dos anos 90, é um jornalista e cronista de referência que tem o seu nome ligado a vários projectos editoriais portugueses como o Diário Popular, semanário O Jornal, Visão, revista Focus, entre outros. [...]» - Público, 18.Jul.2020
Registo o desafio da direcção do Público aos leitores curiosos como eu para que adivinhássemos títulos «entre outros». O eclipse da ligação de FF a jornais como o "Tal & Qual" e sobretudo o "Correio da Manhã" tem todo o ar de gel desinfectante...
PML elogia trabalho jornalístico em torno do assassínio em 12.Mar.2020 de Lhor Homenyuk, no aeroporto de Lisboa:
«houve jornalistas ... e dá-me vontade de elogiar ... a Fernanda Câncio, a Valentina Marcelino [DN] e a Joana Gorjão Henriques [Público] que foram as grandes campeãs» - 10.Dez.2020
«[...] por obrigação de consciência, tem de ser destacado o papel deste jornal e das suas jornalistas Fernanda Câncio e Valentina Marcelino e a Joana Gorjão Henriques do Público. [...] As minhas desculpas à família do Ihor Homenyuk [ridículo a vir sempre ao de cima] por os meus representantes terem tido a conduta miserável que tiveram de nada servem. Ficam, no entanto, essas e as que devo a quem me lê e ouve por não ter ajudado a que este assunto fosse mais lembrado. Falhei-lhes.» - DN, 12.Dez.2020
«encher de beijos repenicados a foto do pedro marques lopes - que para vossa informação é muuuuuito mas muuuuito mais giro que aquilo» - FC, 07.Out.2007
«tenho muito orgulho de ser amiga do tiago mendes e do pedro marques lopes e do vasco rato - e de que eles sejam meus amigos. e tenho orgulho em mim, por ter sido capaz de perceber o quanto os meus preconceitos - estes e todos os outros, os que tive e os que ainda tenho -, são ridículos.» - FC, 04.Dez.2007
Enfim, Posaconazol bajulador, levemente patético e, claro está — seu tique mais recente —, sempre concatenado ideológico-opinativamente com a madrinha Fernanda que o introduziu e adoptou na corte socratólatra em 2008 [pecador venial me confesso], ele que na altura era dama de honor no cortejo de Pedro Passos Coelho a caminho da presidência do PSD.
«Paulo Pedroso, aquele que toda a gente dizia que tinha cara de pedófilo, eu lembro-me perfeitamente de ouvir isto, muita gente, muita gente!..., 'Olha-se para a cara dele e vê-se imediatamente que é pedófilo'». - Clara Ferreira Alves, 01.Jul.2018
«Eu acho que Medina tem um lado qualquer infantil. Ele tem uma cara infantil e pode ser que tenha um lado infantil.» - CFA, 08.Jul.2018
Como não sei nem imagino que coisa seja «cara de pedófilo», tive de investigar. Com um tratado de fisiognomonia ao lado, perscrutei o rosto do doutor Paulo Pedroso, director de campanha da candidata Ana Gomes às eleições presidenciais de amanhã a 15 dias. Convido o amável leitor, que teve paciência e pachorra para aguentar até aqui a chuvada de asteriscos, a observar com atenção o indivíduo de óculos no canto esquerda desta foto. Nota alguma coisa esquisita na cara de Paulo Pedroso? ... Eu também não.
******* Pago para ler e escutar a figura pública de PML. Exerço, portanto, em público, o direito de rastrear a qualidade, a autenticidade, o desempenho e a fiabilidade do que compro. E é nesse sentido, citando Jerónimo de Sousa, que me encanita pagar duas vezes, à SICN e ao DN, pelas palavras e considerações que PML expende na televisão e dois dias depois replica, as mesmíssimas, frase por frase, no jornal. Esperto será ele em conseguir vender a mesma folha A4 em dois poleiros. Para mim não passa de chico-espertice vígara.
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Por último, Posaconazol Metenamitoso Latanoprostático, o bom pai pedagogo
«ensinei aos meus filhos que não faltam extraordinários jogadores de futebol, mas que o Maradona era outra coisa, e também sou aquele a quem caem as lágrimas de cada vez que vê aquele extrato do filme do Kusturica em que ele canta a sua música e mostra a sua alma, apesar de já o ter visto milhares de vezes. [...] é sobretudo por o futebol ser mais do que um jogo que El Pibe será para sempre o maior homem da sua história.» - 28.Nov.2020
Tonteira. Como disse atrás, PML é uma hipérbole.
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PML bailarino, um pândego do comentariado nacional.
Valupi, proto-arcediago da socratolatria, admirável intelectual da praça, perdão, da cidade, culto e diserto como poucos, que invejo pelo bem que escreve, venera-o:
Seja.
«[...]
- Mas ó Plúvio, a figura pública de PML é assim tão má?
Pronto, costurei este lençol. Os deuses me perdoem.
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* Estive para chamar a este verbete "dor plos que esperam" ou "que merdas por lopes", 17 justas letras cada, mas seria populismo anagramático pífio. Preserve-se, pois, a respeitabilidade dos termos.