Os deuses sabem do engulho que me causa o eufemismo pandémico «colaborador» usado no lugar do correcto, legítimo e nobre «trabalhador».
Os deuses sabem do meu apreço por Marcelo Rebelo de Sousa e por António Costa.
É por isso que a fala e a novilíngua do Primeiro-Ministro, promotor e principal interessado na recandidatura do presidente-arlequim, esta manhã em Palmela, só poderiam deixar-me em êxtase:
«Há bocado foi-nos lançado o desafio. Da próxima vez que viermos cá devíamos partilhar com o conjunto dos colaboradores da Autoeuropa uma refeição no refeitório. [...] E portanto faço-me desde já convidado para acompanhar o senhor Presidente e o senhor presidente da Autoeuropa e todos os seus colaboradores para aqui virmos prò ano partilhar então essa refeição.»
António Costa, 13.Mai.2020