quarta-feira, 1 de julho de 2020

Jornalismo

O Estado, detendo a maioria do capital, 50,14%, é quem mais ordena.
Os que mais mandam a seguir — olha que melros — são a Global Media Group [TSF, JN, DN... - Daniel Proença de Carvalho, Afonso Camões, família Oliveira, socratolatria prístina intensiva, Fernanda Câncio, Pedro Marques Lopes, Valupi...] com 23,36% e a Impresa [SIC, Expresso - família Balsemão], com 22,35%.
O resto, migalhitas pouco relevantes.

Pelo que tenho penosamente observado, na Lusa pratica-se um jornalismo entre o geralmente servil ao interesse tácito do governo — nesta altura, seria difícil arranjar melhor garante disso do que a suma eminência da cartilagineidade plumitiva do burgo, o dúctil Nicolau —, o inócuo e, aqui e ali, o jornalismo indigente.

Por exemplo, a Lusa despachou anteontem esta notícia de carácter religioso com o bombástico e enganoso título
«Coreia do Norte anuncia consagração de Pyongyang a Nossa Senhora de Fátima»,
ilustração paradigmática da sobredita indigência.  Digam-me se não é de bradar aos céus, minha nossa senhora!
Mas não menos chocante foi, para mim, a acriticidade mular com que uma dúzia de órgãos de comunicação social, tidos por respeitáveis, replicaram, sem tugir, a disparatada manchete tal qual a Lusa a pariu, com a Coreia do Norte no sujeito da frase.

Isto está um pesadelo e ... Plúvio, bem que escusavas de ser tão enfática e gordurosamente verboso.