sábado, 13 de abril de 2013

Crise / Catástrofe

«[...] A catástrofe, bem o sabemos, provoca muito medo, já que se refere habitualmente a algo demasiado grande, devastador e incontrolável. Mas novos horizontes se abririam se ela fosse integrada no vocabulário político, tal como foi integrada na Matemática por René Thom, o autor da teoria das catástrofes, que elaborou um modelo para a análise das transições bruscas, das descontinuidades e das súbitas mudanças qualitativas. Assim, em vez de sermos incitados, pela “catástrofe”, a começar algo de novo, continuamos, pela “crise”, estupidamente imobilizados a olhar para o que nos é imposto como “horizonte inultrapassável do nosso tempo” (foi assim que Sartre designou o comunismo). 
É claro que precisamos da catástrofe e que andamos a perder tempo com a música pimba da crise.»