quarta-feira, 10 de julho de 2019

Preto no branco

No escarcéu desencadeado pela historiadora Maria de Fátima Bonifácio no Público de sábado, 06.Jul.2019, o professor Gabriel Mithá Ribeiro, este preto de Moçambique e de Portugal, escreve hoje no Observador um texto, digno de reflexão, em que usa por três vezes a palavra «intimidade». 
«[...] A esquerda branca cujos rostos andam pelas universidades e pela comunicação social — Rui Pena Pires, Boaventura Sousa Santos, Manuel Carvalho, Ferreira Fernandes, Daniel Oliveira, Fernanda Câncio, Isabel Moreira, Alexandra Lucas Coelho, entre tantos outros — transformou a pobreza material das minorias, por tradição circunstancial, em miséria moral que torna a pobreza endémica. Estamos perante um grupo de indivíduos com rostos e nomes concretos (fora os internacionais) que mais tem produzido pobreza, instabilidade social, violência, desintegração social entre as minorias. Sujeitos moralmente patológicos. [...]»

Por mim, aplaudo.

Trata-se do mesmo Gabriel, é certo, que assina este panegírico do bronco de Boliqueime. Mas nisso, bem mais do que nisso — mistérios do metabolismo? — até os magníficos João Lobo Antunes (morreu em 2016), mandatário, António Araújo, assessor, e próceres geralmente frequentáveis como Vasco Graça Moura (morreu em 2014), Francisco José Viegas,  António Bagão Félix, João Taborda da Gama, Fausto de Quadros, Alberto Gonçalves (sim, esse), Manoel de Oliveira (morreu em 2015), Francisco Pinto Balsemão, Guta Moura Guedes, José de Matos Correia, Nuno Crato, Manuel Cargaleiro, incluindo a própria Fátima e o príncipe das artes Eusébio da Silva Ferreira (morreu em 2014), molharam o bico. Ei-los no esplendor cavaquista.
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* Vasco Barreto — presumo que o de Ouriq — comenta: «Conclui-se que o autor é contra a democracia representativa.» Suponhamos que é. E daí, prezado Vasco?