segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Com que terá a ver tamanha moléstia?

António Lacerda Sales não é um príncipe do intelecto, conforme ilustrei aqui e aqui.
Não dá mostras de melhorar:
- «Isso tem a haver com o planeamento»

Raquel Vaz Pinto, catedrática, pede-lhe meças:
- «eu penso que isso tem a haver com [...] a tónica fundamental aqui tem a haver com»

- «realidade que no fundo tem a haver com esta realidade desde 1967»

- «num segundo momento, tem a haver com…»

- «outro aspecto importante que tem a haver com aquilo que eu disse»
Rui Rangel, o mais probo dos desembargadores, benfiquista como Raquel, não deixa créditos por mãos alheias:
- «Isto não tem a haver com praxes; isto tem a haver com abusos.»

E Carlos Coelho, feiticeiro insigne das marcas?
- «isso tem a haver com a sua história»

Sérgio Conceição, inefável:
- «coincidências que têm a haver com o jogo Sporting-Braga» 

O prolífico José Rodrigues dos Santos acompanha, com exuberância e honoris causa:
- «a questão que estou a levantar aqui é que isto tem a haver com a contabilidade fictícia»

- «Tenho uma pergunta para lhe fazer [a Marcelo Rebelo de Sousa] que não tem a haver com isto»

- «Os estudos mostram que há pessoas que são mais vocacionadas para a monogamia e outras não. … tem a haver comoxitina*, acho que é assim que se chama. Quem tem mais tem tendência a ser monogâmico.»

- «Para explicar o neurolink é preciso perceber uma coisa: há uma evolução neste momento que tem a haver com a ciberorganização do ser humano»

JRS, ainda e finalmente:
«Há aí muito uma escola na literatura portuguesa que é a de cultivar as palavras e não a história. No tipo de livro que eu faço eu quero que as palavras desapareçam, eu quero que as pessoas estejam a ver a situação, que façam o filme na sua cabeça.»

Ouviste, Plúvio? Desaparece!
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