Nunca achei Rão
Kyao - acompanho-o regularmente desde que, ainda João Ramos Jorge,
tocava jazz num sax tenor nos anos 70 do século passado - um músico genial,
sequer excepcional ou mesmo muito bom. Digamos que era um saxofonista tecnicamente
limitadíssimo e ele saberia; tanto que se virou para os pífaros.
- E
pífaro, Plúvio, toca ele bem?
Benzinho, mas, convenha-se, nada de génio ou sublimidade.
- E
como compositor, Plúvio?
Bom,
como compositor tudo muda de figura: Rão Kyao é provavelmente o pior músico do
universo.
Aí o temos de novo, tónica-dominante-dominante-tónica-vira-o-disco-e-toca-o-mesmo*,
autorizando que, ouvido a seguir, Quim Barreiros soe a puro Bach.
- Mas
ó Plúvio, nem excelente pessoa?
Lá
isso é. E traja a preceito.
Agora, bom, bom, genial é Gonçalo M. Tavares. Por exemplo:
- Finalmente, ó Plúvio, que credibilidade, digamos, têm os teus gostos? Ou saberes, vá.
Ahahahahah! Há quem ria hahahahaha!, mas não é o mesmo riso. E pode tratar-me por você.
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Enfim, isso era no vinil, que hoje é mais muda de coiso e toca o mesmo.