Exmo. Senhor
Arturo Pérez-…, ups!, António Costa-Reverte, chefe do governo de Portugal.
Em defesa dos reais elementos de soberania nacional que ainda vai a tempo de resgatar, pela reabilitação e dignificação das «letras e das sonoridades que uma comunidade de língua veicula», desígnio que lhe parece caro, oiça, por favor, com humildade e atenção o que Nuno Pacheco disse na TVI24, "Olhos nos olhos", entre as 22h33 e as 23h27 de ontem. Vá lá, são só 54 minutos; se ouviu volte a ouvir e oiça de novo: 3 x 54 não chega a dois jogos de futebol do seu Benfica.
Acalme, doutor Costa-Reverte, «aplaque a velocidade a que corre o caudal dessa torrente» reversiva, não seja tonto, deixe em paz a TAP e o interesse público que ela representa, não perca mais tempo com os transtornados que entesoam a tentar desgraçá-la,* poupe-nos a aventuras perigosas e dedique-se às coisas importantes. Faça o que tem de (des)fazer, e pode, pela Língua Portuguesa. Peça ajuda, se não conseguir dar-lhe ordens, ao ministro da Cultura que é para isso que lhe pagamos.
Pelo asseio da minha pátria.
Parabéns e muito obrigado, caríssimo Nuno Pacheco.
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* «[…] o Partido Socialista de António Costa, talvez por interesses ocultos, insiste em que o Estado deve ter a maioria do capital da TAP, que, se não fosse privatizada, corria o risco de fechar as portas e de colocar no desemprego milhares de trabalhadores. Se isso acontecesse, o funeral da TAP seria inevitável. Logo, tudo isto prova a falta de respeito de António Costa pela TAP e pelo dinheiro dos contribuintes. Uma falta ignóbil semelhante a tantas outras de José Sócrates, que levou Portugal à bancarrota. Por isso, não podemos deixar de lembrar que a TAP não pode continuar a ser um albergue de “boys”, ao serviço de políticos incompetentes e sem escrúpulos.
[…]»
J. Martins Pereira Coutinho, na revista "Cargo", Nov/Dez2015.
Artigo transcrito em 16.Dez.2015 no blogue "O António Maria" de António Cerveira Pinto