terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Caixão às voltas na cidade

Dois dias nisto, até um cadáver se cansa.

Lisboa, terça-feira, 10 de Janeiro de 2017:
14h26, Praça Afonso de Albuquerque. Alberta Marques Fernandes tropeça numa interrupção cleptorrágica da unanimidade laudatória. *

16h12, Praça São João Bosco. Coro de tragédia grega com o ponto fora da caixa. «Ele lutou pela ditadura e sofreu por isso.»

16h15, Praça São João Bosco. «Vim pelos cavalos. Adoro ver a Guarda Republicana!» **

Não vi no cemitério nem o doutor Eduardo Lourenço nem o padre Tolentino que costumam ir a todas. Admito que o senhor de barbas possa ter-se deslocado ali em representação de ambos.
_________________________________________________
* Miserável de mim se não estivesse educado na dissonância. Oiça-se por exemplo este José que, já agora, se me afigura bem mais instruído e informado do que o homem da Praça Afonso de Albuquerque.