«Ao longo de 2016, a sucessão de mortes de grandes figuras do espectáculo foi alimentando uma pobre religião mediática.
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Será que só sabemos lidar com as imagens dos mortos se as integrarmos numa narrativa que confira algum sentido ao seu desaparecimento? E se a morte for essa "coisa" estúpida que esvazia todos os sentidos, expondo a nossa primordial vulnerabilidade?
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As perguntas multiplicam-se: de onde provém o impulso mediático que faz que sejamos compelidos a canonizar a existência de quem morreu? O branqueamento das tensões e dos conflitos inerentes a qualquer biografia é uma boa maneira de administrar a herança de alguém que já não está connosco?
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