ÚLTIMA HORA
António Costa:
«O nosso desígnio, repetirei para que ninguém duvide, é muito claro: garantir que a geração mais preparada de sempre será também, aqui no nosso país, a geração mais realizada de sempre.»
[Aplauso vibrante e longo. Muito irá aquela bancada de 120 ter de aplaudir nos próximos quatro anos e seis meses... Não sei se não seria de encomendarem um avantajado stock de luvas, não vá ficarem de mãos a sangrar.]
É, desde Outubro de 2015, a ducentésima quarta vez que António Costa nos lembra de que a geração actual é a mais preparada/qualificada de sempre.
Desde que brandiu o mantra pela nonagésima oitava vez já não consigo ouvi-lo sem me apetecer sacar da pistola, parafraseando o que sucedia à personagem de Hanns Johst quando ouvia a palavra "cultura".
Mas como não tenho pistola, fico na expectativa de que na próxima vez — a quingentésima sexta — em que o primeiro-ministro repetir a frase lhe estoire uma granada* na língua. Vai ser lindo de ver e quem sabe AC passe, por efeito colateral, a pronunciar inteiras as palavras "constitucional" e "institucional".
Quem quer, afinal, António Costa hipnotizar?
Não lhe bastou sacudir o país em Outubro de 2019 para a novidade de que «o futuro é já agora»?
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* de açúcar, vá.