Depois não digam que eu não avisei.
«[…] As teses de Weber sobre a vocação política e o carisma são fundamentais para a categorização de duas figuras políticas do nosso tempo, o fantoche carismático e o demagogo, mas são insuficientes para perceber a figura da nulidade, que é aquela a que corresponde Cavaco Silva, na sua profissão política (não falamos aqui do homem civil, que não conhecemos, e sobre a qual não teríamos o direito de falar publicamente).
[…]
Perante esta figura presidencial e a sua ostensiva inanidade, devemos perguntar, como Baudrillard uma vez o fez a propósito de Chirac, se a merecemos. E, à maneira de Baudrillard, talvez possamos responder que, afinal, tal figura da nulidade só serve para demonstrar que somos todos nulos, e que a política já não é o lugar nem a vontade de representação.
[…]
a nulidade metafísica do nosso Presidente da República não tem apenas o poder de dissolver ou não dissolver a Assembleia da República. O seu poder mais secreto, que ele exerce quer queira quer não e que lhe advém da sua condição figural e figurativa, é o de dissolver o próprio povo, na estratégia fatal de uma nulidade recíproca.»
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«Sozinho, completamente sozinho, o dr. Cavaco Silva conseguiu arruinar a Presidência da República. A Presidência da República não tem hoje autoridade, influência ou prestígio. […]»
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* Está bem, devagarinho: inane e nulo.