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Hoje, o kitsch correspondente à nova época aloja-se sobretudo numa forma de proselitismo que invadiu jornais e revistas: as reportagens sobre os casais homossexuais com filhos, todos a transbordarem de felicidade e de normalidade, em conformidade total com o ideal de vida que até há pouco tinha servido para os excluir. Mais do que isso: hiperconformes, como aquele judeu assimilado de que fala Hannah Arendt, Mr. Cohn, que foi sucessivamente alemão a 150%, vienense a 150% e francês também a 150%.
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mal parece sairmos de um "mito" responsável por uma longa história de repressão entramos noutro que parece libertador, mas não deixa de ser uma mentira, com o seu correspondente estético no kitsch das representações fotográficas da felicidade conjugal e da maternidade e paternidade sem mácula.
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