sábado, 18 de maio de 2013

Fernanda Câncio, numa peça bem feita, como tudo o que faz no jornalismo, e discretamente proselitista, conta no DN de ontem:  
«[…] Jorge, 41 anos, há quase três pai adoptivo de Miguel, de seis, e a viver em união de facto com Pedro, de 50, até tem a perspectiva de que a sociedade está já bastante mais avançada do que a lei. "Tivemos muita sorte com todo o meio que nos rodeia. O Miguel está numa escola pública, mas até ao ano passado esteve num infantário ligado à Igreja Católica e não houve qualquer problema. A educadora explicou-lhes tudo e quando fui buscar o meu filho veio uma menina que me disse: Sei que o Sérgio tem dois pais, eu só tenho um pai e uma mãe." Ri. "E agora na escola é igual. Tem tido mais problemas por causa da cor, porque é mestiço."  […]»


Admito que a menina tenha querido dizer, se não disse, Eu tenho só um pai e uma mãe.
Pouco rigor gramatical da criança, publicidade subliminar involuntária de algum adulto, certo é que este , o lugar e o alcance dele, suscita-me pensamentos de proporção bíblica.
Imagine-se uma réplica do menino Sérgio:
- Eu só tenho dois pais...
- Eu tenho só dois pais...
- Eu só tenho 3 pais e uma mãe...
- Eu não tenho só mãe e tenho dois pais...


E o amor, senhor Plúvio?
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* Foi agora.