segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A lepra dos colaboradores e a escola dos falantes

«GOOGLE DOCKS – Sede europeia da Google, na Barrow Street, em Dublin, onde trabalham mais de 2500 colaboradores, distribuídos por várias edifícios, [...]»

Sabemos que o "fascismo empresarial" — António Guerreiro dixit — interditou a nobre palavra trabalhador e vejo a miudagem do jornalismo a corar de vergonha e de receio se tiver de a pronunciar perto dos seus capatazes.
Mas caramba, que custava ao Micael Pereira ter escrito «onde trabalham mais de 2500 pessoas»? A ele, que até nem veio da Católica...

Micael Pereira, formado na Universidade Nova em Estudos Portugueses, é o mesmo simpático rapaz que às 12h17 de sábado, 05.Set.2015, explicava aos espectadores* da SIC Notícias:
«Noutro dia fizemos essas contas lá no Expresso. Ele [José Sócrates] julgo que interviu publicamente doze vezes desde que foi para Évora.»
Pergunto-me e quero imaginar como falaria o jornalista, não fossem portugueses os estudos que cursou...   

Como se vê, a doutora Marisa Matias não é a única a intervir em público mal e parcamente. A própria Carolina Morais, oriunda da universidade do Micael mas, convenhamos, mais bonita do que ele, também não é grande espingarda a intervir:
«Leslie Moonves, presidente do CBS, interviu na emissão e dedicou algumas palavras ao apresentador.» - DN, 05.Abr.2014
Enfim, não era; esperemos que tenha entretanto aprendido.

Vá lá, meninos, devagarinho, eu intervim, tu intervieste, ele interveio...     
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* Todas as televisões, num abuso antigo a que não se vê meio de o doutor Francisco George pôr cobro, tratam os seus circunstanciais espectadores por «os portugueses»; pior, «os portugueses lá em casa ... votaram e decidiram ...» Começam-se, bolas!**
Quem nos acode?

** Em tempo,
para o leitor que demandou o Plúvio no correio electrónico, intrigado com este «começam-se». Nada de especial: imperativo de comedir-se.