segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Acordo Ortográfico [98]

«[...]
Os cidadãos, desinformados e acríticos, vêm aceitando a canga que o Estado lhes imponha e, mais, conformam-se a oferecer filhos e netos no altar de quaisquer sacrifícios, necessários ou suicidários. Grassa a irresponsabilidade militante. O gás metano que emana do medo, da subserviência das reses que assim guiadas se encaminham com as suas crias para o matadouro, é irrespirável.
[…]
O PS saberá o que quer para si, para o País, para Assis? Rima, deixo rimar... O PS parece gravemente desassisado, incapaz de um pensamento post-socrático.
Agora a sério, remeto aqui sobretudo para a exortação que o próprio Assis fez. Mas, convocando todos os portugueses, interpelo mais quem tem de tomar decisões mais complicadas. Esta é uma exortação que os não exorta, de facto, só lhes mostra que um político pode não ser sectário e imediatista, pode pautar-se pela solidez e pela constância de referenciais não negociáveis.
Rir-me-ei perante frase análoga à que citei, mas em reacção – bem eufemística! – à inevitável retirada do monstro estupidográfico das escolas e da administração pública, cuja suposta "legalidade" ou "obrigatoriedade" radica apenas numa Resolução do Conselho de Ministros (a n.º 8/2011)  assinada pelo melhor amigo de Carlos Santos Silva, após um obscuro tratado internacional ter sido congeminado à revelia dos direitos culturais e linguísticos (direitos humanos consagrados internacionalmente!) dos povos assim tão mal representados: “Tratou-se de um lapso, que não voltará a repetir-se.”
Em face dos séculos de História que nos sustêm e dos séculos de futuro que nela contemplamos, a Língua Portuguesa segue dentro de momentos.» 

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