«[...]
Nuno Pacheco- E quanto ao chamado acordo ortográfico?
Artur Anselmo- É um problema científico. Por mais que nós possamos negociar com forças políticas, sociais, sindicais, na base está a ciência. Isto é uma Academia das Ciências! No dia em que aceitarmos de olhos fechados situações que ferem a nossa inteligência, o senso comum e a tradição científica, não estamos a cumprir as nossas obrigações.
Vemos que cada vez mais textos oficiais e oficiosos, como por exemplo os dos museus, estão escritos numa ortografia mista, num absoluto caos…
Eu acrescento os boletins camarários e as legendas dos cinemas. O último boletim da Câmara de Viana fala em concessão de uma estrada mas escreve com ç cedilhado. É uma trapalhada. E o corrector não marca erro porque não faz interpretação semântica!
[...]
Nuno Pacheco- Em termos concretos, o que é que está a ser feito neste momento na Academia?
Vemos que cada vez mais textos oficiais e oficiosos, como por exemplo os dos museus, estão escritos numa ortografia mista, num absoluto caos…
Eu acrescento os boletins camarários e as legendas dos cinemas. O último boletim da Câmara de Viana fala em concessão de uma estrada mas escreve com ç cedilhado. É uma trapalhada. E o corrector não marca erro porque não faz interpretação semântica!
[...]
Nuno Pacheco- Em termos concretos, o que é que está a ser feito neste momento na Academia?
Artur Anselmo- Nós vamos agora publicar em Janeiro os Subsídios para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico. Estão prontos, foram feitos por uma equipa dirigida pela Ana Salgado, na última reunião já tiveram um acordo de princípio, agora vão ao plenário de efectivos. É uma contribuição, neste momento a Academia não pode fazer mais do que isto. Temos de agir com prudência, mas sem abandonar o critério científico.
[...]»
[...]»