quarta-feira, 2 de março de 2022

Sérgio Sousa Pinto

Tenho Sérgio Sousa Pinto — colono permanente da placenta socialista, versão soarólatra*, desde os 23 anos**, um dos deputados mais cultos e bem articulados no parlamento português, autor de livros, colunista do Expresso, comentador residente na TVI/CNN Portugal, que acompanho com admiração e reserva em proporção homeopática; no Expresso é onde mais o aprecio — por mais credível quando explana a partir de lucubração própria do que quando cita Churchill.

Por exemplo, gostei de SSP, e achei-lhe graça, no confronto com Maria de Lurdes Rodrigues, a falar das virtudes e desvarios da época geringôncica.

Ou no confronto de há dias com o comunista António Filipe, em que gostei ainda mais:
«Não estou habituado a que me chamem mentiroso. [...] O Partido Comunista Português, durante a Guerra Fria, era vassalo, era um abjecto vassalo da União Soviética e hoje é um vassalo do senhor Putin, esta é que é a verdade! [...] o Partido Comunista Português converteu-se num vassalo do senhor Putin.»

Mau é quando SSP cita:
«O Churchill dizia com muita graça que leis e salsichas é melhor que não saibamos como são feitas.»

Sucede que, azar de SSP, Winston Churchill [1874-1965] nunca disse tal coisa. Se SSP atribuísse o gracejo a Otto von Bismarck [1815-1898] ainda vá que não vá, já que a creditação ao prussiano vigorou, e vigora, com populoso consenso, até à investigação de Fred Shapiro, publicada no New York Times em Março de 2009, que deslindou o pai do dito [bela ambiguidade, Plúvio]: John Godfrey Saxe [1816-1887], poeta-jurista norte-americano.     

É sempre a mesma merda. 
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* A propósito..., não me diga, dona Teresa, que não cumpriu hoje?! E não me venha cá com a desculpa da quarta-feira de cinzas... Mire-se no Amílcar, nunca falha.  

** Lisboeta de berço [19.Jul.1972] e circunscrição, eleito deputado pelo Porto para na VII legislatura [1995>1999]; eurodeputado [1999>2009]; deputado por Aveiro nas XI e XII legislaturas [2009>2015]; eleito por Lisboa para as XIII, XIV e XV [2015>2026?].
Faz-se pela vida, nada contra.