Não gosto de Sérgio Figueiredo, director de informação da TVI há seis anos e meio, socratólatra confesso ["Gosto de Sócrates" ... Curto-te, bué, pá, espero que saibas...]
Conheço-lhe razoavelmente a intervenção e o trajecto públicos.
Não o tenho por jornalista confiável. Cagão, apresenta-se encadernado de verniz cultural pouco convincente. Não duvidando da sua esperteza, não duvido igualmente da sua burrice que raia, não raro, a iliteracia.
Ouçamo-lo, por exemplo, em conversa de há dias com António Costa:
«A sensação que temos é que ainda estamos na fase da hemorregia, que isto não cura nada; é ainda conter a hemorregia com bastante dinheiro.»
Em Outubro de 2015, na despedida de Marcelo da TVI — de comentador para arlequim —, já aqui zurzira o doutor Sérgio Figueiredo a respeito da célebre «espada de Dmòcles.»
Acompanhemo-lo noutros berrantes atropelos e nalguns sarilhos.
«Sem liberdade de circulação de pessoas e bens, o que sustém o euro? Laissez passez, sobram os capitais.»
«Há quem ainda pense que proteger a fonte é proteger o jornalista. E que isto é só com os outros. Não leram Brecht. Não percebem que o que está em causa é a protecção da sociedade em si mesma, o cidadão mais simples e desprevenido, que muito tem beneficiado com a liberdade de informação. E esta tem sido só possível, graças ao jornalismo independente.
É uma visão obtusa. Nada justifica esta forma de fazer a guerra de audiências. Hoje é com a TVI - e até gostam que isto nos esteja a acontecer, forçam a notícia e rezam que nos levem. Amanhã, quando forem eles, será tarde demais.» *
Quanto ao alegado Brecht — a Martin Niemöller o que é de Martin Niemöller — que manifestamente SF não leu, remeto para "Primeiro levaram... não sei quem, e outros gorjeios do sapiens sapiens" *
«deixa-me só, Henrique, meter a seara em foice alheia, porque sou da informação.»
«Em 85 não havia internet. Portanto, não podia ser escurtinado.»
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SF na moscambilha do Banif
«Banif perde 984 milhões com notícias da TVI»
«Segundo a sentença datada de 16 de Março a que a Lusa teve acesso, o juiz justifica ao longo de oito páginas os indícios que considera existirem para haver um julgamento de Sérgio Figueiredo pelo crime de ofensa à reputação económica, por não se ter oposto enquanto director de informação à divulgação da notícia sobre o Banif. [...] Ora, na situação em apreço, existem indícios suficientes de que o arguido (ou, mais correctamente, a equipa de jornalistas por si coordenada) terá violado ostensivamente as obrigações éticas e deontológicas.
Soberbos piretes! Então faz-se isso na casa da democracia? Doutor Sérgio, doutor Sérgio, nem parece seu, menino tão atilado...
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* Que a beata Ana Drago, que afivela sempre aquele sorrisinho seráfico de aquiescência prévia a tudo o que doutamente vai opinar, milite no mesmo mantra-treta brechtiano**, nela, filocomunista desde o zigoto, nunca poderia espantar.
Ana Drago, a doutora que «está sobre ameaça»...
sob ameaça, foda-se!
O mundo está perdido.
** Peço desculpa pelo entaramelanço a que acabo de sujeitar a amável leitora, e também a ti, António***, mas para mim dia sem pelo menos uma boa, perdão, broa vibração oclusiva não é dia nem é nada.
*** atiantónio? Raios partam o Plúvio! Gabo a paciência de quem ainda o atura.