Coisa jamais vista na capital sucedeu ontem, 31 de Maio, domingo em que «todos começaram a falar outras línguas».
Pois não é que o cristão Marcelo, mascarado e mal saído da catedral de Dom Clemente com a sagrada hóstia ainda no tracto digestivo superior, se foi aninhar na mosqueia de Sheik Munir?
Foi aí que a televisão oficial do reino proclamou o arlequim, sem mais, «presidente de todos os credos».
Foi aí que igualmente — oh espanto! — Gualdim Pais, na igreja de Santa Maria do Olival, junto ao Nabão, desembainhou pela derradeira vez a adaga e, num estranho gesto a que os do Sol Nascente chamam sepukku, harakiri ou lá que é, infligiu rasgo horrendo no próprio ventre, esvaído em tripas e finado de vez. Diz que de honra ferida e imensurável desgosto.
Jesus Cristo lhe perdoe, ao Marcelo. Francisco que se precate.