domingo, 14 de junho de 2020

Prémio sem recheio? - Noticiário cultural

O "Prémio Europeu Helena Vaz da Silva" elege anualmente um cidadão da Europa que se tenha notabilizado na divulgação do património cultural. Foi instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura [CNC] em cooperação com a Europa Nostra e com o Clube Português de Imprensa.
Tem o apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.
José Tolentino Mendonça, soube-se ontem, é o contemplado de 2020. Tratando-se de tão oleoso e conspícuo prelado, o cagarim festivo adivinhava-se intenso. E foi.

Numa momentânea perturbação racional do êxtase em que fiquei, acudiram-me as seguintes óbvias perguntas:
De que consta afinal o prémio? É só prestígio? Será que, com tantos cozinheiros e organizações a contribuir, não há por ali cacau? *
Fui ver, e comparar, como cada trombeteiro, dos sérios, de referência, noticiou:
CNC, pai do prémio.
Ecclesia, confraria de Tolentino.
Jornal da Madeira, donde Tolentino é.
Expresso  -  SIC, chafaricas de um dos jurados.
RTP  -  TVI
Etc.

Nada de nada, ninguém se deu ao cuidado de informar sobre o recheio do prémio.
Jornalismo psitacídeo [com excepções honrosas, as notícias que li seguem o guião da Lusa onde por sinal reina o, decerto sujeito simpático, molusco dos moluscos], desvertebrado, mandrião e incompetente, o que temos neste maravilhoso país.

Finalmente,  um arlequim a felicitar um pavão... É ou não é uma coisa linda?
Siga para bingo.
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* Ao cabo de mais de uma hora de exaspero a vasculhar, lá encontrei num cantinho envergonhado da República Portuguesa, em informação não datada [Julho de 2013, apurei]: 10.000 euros. Cacau.
Mas não contem a ninguém, que o senhor cardeal é criatura de extremo pudor.