Com o semblante ortorrômbico e o sorriso trapezoidal que a distinguem, a doutora Ana Catarina Mendes, diligente turiferária de António Costa e presidente de turno do grupo parlamentar do Partido Socialista, resumindo a História e reduzindo a incorpóreas insignificâncias os nomes de, sei lá, Fontes Pereira de Melo, António de Oliveira Salazar, Hernâni Lopes ou António Sousa Franco, proclamou ontem, urbi et orbi, Mário Centeno como «o melhor ministro das Finanças de sempre».
Tendo presente que Centeno não nos informou de uma única razão para se demitir, tendo presente que será mesmo o melhor e está de boa saúde, tendo presente que é no contexto excepcionalmente crítico e difícil que vivemos que tão superior capacidade mais falta fará na governação do erário, mas não tendo presente a cenoura obscena de que toda a gente sabe*, pelos vistos menos ele, trago a etimologia da palavra «ministro» para achar que o doutor Mário Centeno, presuntivo e abnegado servidor da República, vale um peido. Cínico e hipócrita como os demais ... benfiquistas pasmados, algarvios** e outros.
Cumpridos cinco anos e meio de «contas certas» de que repetidamente se ufana, e nós agradecemos, ainda não afasto a possibilidade de o cagão Mário Centeno configurar de facto «um brilhante bluff»...
«Obrigada, professor Mário Centeno, por todo o trabalho que fez, em nome de Portugal, pelos portugueses e pelas portuguesas.***»
Esta gente não presta.
Adenda
Quanto ao Tolentino do 10 de Junho, que proferiu um discurso literariamente razoável, mantenho o que sobre Sua Eminência Reverendíssima exarei no meu 14 de Janeiro.
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Concordo com Luís Aguiar-Conraria.
** Por via de dúvidas preconceituosas, informo que sou pai de duas maravilhosas meninas que muito amo, Carolina e Júlia, netas de algarvios.
*** Se o ridículo matasse...