quarta-feira, 2 de maio de 2012

A mentira política

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A mentira política é um instrumento legítimo, na condição de poder ser denunciada como erro, como engano ou até como manha. Mas torna-se ilegítima se configura, como aconteceu neste caso dos subsídios de férias e de Natal, a intenção de enganar outrem.
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A mentira política não é só cálculo e manipulação consciente, é também o “ça parle”, o lapso no sentido psicanalítico. Os governantes começam a perder o crédito quando passam a repetir um discurso e a insistir num tom e num estilo que dizem muito mais – e outra coisa – do que o que querem dizer e significar. Eles tornam-se então identificáveis com um estilo que é uma caricatura. E aí já estão no território da mentira, não como arte da política, mas como manifestação degradada dela.
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