. Melhor post não escrito por Plúvio.
. Melhor blogger– Táxi Pluvioso.
. Blogue estimável com o título mais pífio e o subtítulo mais fatela.
. Melhor jornalista de TV– Luís Gouveia
Monteiro, apresentador, perdão, anfitrião no Canal Q do melhor título de
informação, "O que fica do que passa", com um impagável e delicioso marginal ameno açoriano.
. Melhor entrevista.
. Melhor humorista– Alberto Gonçalves. [Não?
Experimente, só para lhe tomar o gosto, “Turismo macabro”, de 19.Dez.2013,
entre as 11 crónicas publicadas na Sábado, de 24.Out. a 31.Dez.2013, acerca deste “Paralelo 38” na RTP.] Tirando o horror ao comunismo, ao socialismo,
ao Estado e à Constituição, e o ódio cego e descabelado, beirando vez por outra
o desconhecimento altivo, ao engenheiro Sócrates, o sociólogo Alberto
Gonçalves, que também actua aqui e aqui, passa bem por um fabuloso cómico progressista
à esquerda de quem vem, em sentido contrário. Insisto: poucos são os que
escrevem por aí tão bem e com tanta graça.
. Pior cronista– Celeste Cardona, no DN.
. Melhor cronista- Pedro Mexia, no Expresso, na Ler e onde quer que
tenha escrito.
. Pior político– Catarina João Martins Semedo.
. Segundo pior político ligeiramente mais indigesto
do que João Catarina: Marisa Matias.
. Pior político, para nosso grande azar, no sítio onde talvez devesse estar o melhor.
. Mais sabido e perigoso dos troca-tintas demagogos.
. Pior e mais ominoso dos políticos.
. Melhor ex-primeiro ministro.
. Pior primeiro-ministro, timoneiro dos pinículos.
. Melhor comentador político- Augusto Santos Silva.
. Momento político do ano- Pelas 18:00 de 12 de
Setembro, a sempre aflita da respiração co-coordenadora do BE, veio ao Metro de
Odivelas caucionar nada menos do que 130 propostas justas e sensatas para a
governação do concelho que a multidão presente – era humanamente impossível arranjar assento para todos - haveria de acolher com entusiasmo efusivo. Duas
semanas depois e embriagados de fé no partido que naquele heróico 23 de Março de 2011, dia de São Turíbio de Mongrovejo, mundial da Meteorologia e nacional da
Cáritas, ajudou, para redenção de Portugal, a derrubar José Sócrates e a levar
mais depressa ao pote Passos Coelho, os odivelenses – perdão, as odivelensas e
os odivelensos - não se fizeram rogados: 5% dos votos, nenhum dos 11 vereadores eleitos.
. Melhor livro [é preciso uma ganda lata para
vir aqui falar de melhores livros quando nem duas dúzias se leu dos cinco mil publicados]– Atlas do Corpo e da Imaginação.
. Melhor romance de que ninguém falou– O Reino.
. "Melhor livro de 2013" de Alberto Gonçalves.
. Melhor programa televisivo que ainda dura–
Ponto Contraponto.
. Melhor programa televisivo que durou pouco–
Odisseia.
. Melhor programa televisivo razoável com o
título mais piroso– Baseado numa História Verídica, Canal Q.
E rádio, pá? E teatro? E concertos? E bola, pá?
. Melhor guarda-roupa- O de Inês Meneses, sem nada por baixo.
. Terceiro melhor Papa. Frente a episódios de fundamentalismo violento que nos preocupam, o afecto pelos verdadeiros crentes do Islão deve levar-nos a
evitar odiosas generalizações, porque o verdadeiro Islão e uma interpretação
adequada do Alcorão opõem-se a toda a violência. - Exortação Apostólica "A Alegria do Evangelho", 253. Este Bergoglio é de uma bondade e ingenuidade desarmantes. Sorte dele é Alá ainda usar fisga.
. Segundo melhor Papa.
. Primeiro melhor papa, o único dos três que não se fia
na virgem.
. Palavra mais feia– ajustamento.
. Redundância mais insuportável– desonestidade
intelectual. Como se houvesse outras.
. Eufemismo mais execrável- colaborador em vez
de trabalhador.
. Tique mais irritante– Dito isto.
. Quem, dito isto, mais hemorrágica e irritantemente
praticou o irritante tique “dito isto”: Pedro Rolo Duarte. Até o bom do Pedro Mexia já está contaminado. [minuto 15:25]
. Mais ubíquos– José Tolentino Mendonça* e Joana
Vasconcelos, ex aequo com o Ademar
Costa da Póvoa de Varzim, campeoníssimo da epistolografia em todos os jornais e
revistas do país [“Cartas ao director”, “A carta da semana”…, via e-mail que é
mais depressa e poupa selo], que conseguiu 711 publicações dos seus sábios
considerandos. O Tomaz Albuquerque de Lisboa, vice-campeoníssimo, nem aos
calcanhares do Ademar chegou, com apenas cerca de 403 publicações dos seus
considerandos sábios. Eu acho que o azar do Tomaz é que o nome do outro começa
por a logo seguido de d, e nisso os directores e editores de imprensa são muito
criteriosos.
. Mistério mais misterioso- zona mista. [Como
vês, pá, também se fala de bola neste balanço.]
. Segunda melhor frase– Sempre que mudamos uma
pedra de um lado para outro, isso é arquitectura. – Farrokh Derakhshani, director
do “Prémio Aga Khan para a Arquitectura 2013”, no Castelo de São Jorge.
. Melhor e mais comovente frase- Não me deito
nunca sem dar banhinho à minha mãe. – Arlete, empregada de refeitório.
. Melhor café– Delta.
. Melhor fruto, em 2013, desde sempre e para
sempre- azeitona.
. Melhor morto- Impossível eleger. Todos eram
pessoas excelentíssimas.
. Melhor obituário– o de António Ramos Rosa, apesar
da maior audiência do de Manuel António Pina.
. Melhores dos melhores- as minhas filhas, os
meus irmãos, outros queridos familiares e os meus amigos – pudera! -, Gonçalo
M. Tavares, António Guerreiro, Bach, a Margarida e o senhor Moreira.
. A quem me compararam– Frank Zappa, aos 23 anos, a tocar bicicleta.
. Melhor filme de sempre em 2013- Viagem a Tóquio [1953].
Etc.
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* Hei-de escrever, não tarda, uma carta aberta ao padre Tolentino, em meia
dúzia de linhas, a dizer mais ou menos:
«Bobadela, tantos do tal
Reverendo padre, lídimo poeta, prosador fecundo, sensível e decerto justa
pessoa,
Venho interpelá-lo na sua qualidade de
vice-reitor da excelentíssima Universidade Católica que tantas fornadas
de altos-quadros tem posto a gerir, a
governar e a aconselhar Portugal e parte importante das suas instituições e
empresas, para que, por favor, nos elucide, nos informe, nos diga que merda de orientação
se inculca, se é que alguma, nas cabecinhas dos seus alunos, designada e
principalmente dos cursos de Gestão, Economia e Direito, acerca das duas seguintes singelas coisas: escrúpulo e ganância.
Grato e com os cumprimentos da praxe,
Plúvio.»
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[Texto reeditado em 05.Jan.2014. Como apodreço em aparente seriedade, céus!]