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Marcelo veio introduzir ao mais alto nível um equívoco na sociedade portuguesa.
Ele faz passar a ideia de uma grande proximidade com as pessoas, ouve-as, abraça-as, tira fotos, promete fazer alguma coisa por elas dentro dos seus poderes.
É a maneira de ser de Marcelo, que gosta de ser amado, mas é também uma estratégia de afirmação.
Uns cultivam uma relação de distância com o povo, outros de proximidade.
[...]
Mário Soares também se fazia muito amigo do povo, deixava que as peixeiras o beijassem, elas achavam que o Presidente as adorava - e no fim, quando chegava ao hotel, Soares ia directo à casa de banho para se lavar e mudar de fato.*
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Para que o adorem, Marcelo transmite às pessoas a ideia de que é genuinamente amigo delas - e essa ideia é falsa.
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* Por falar no defunto, a caríssima leitora não me diga que ainda não cumpriu hoje o seu dever diário...
Nem parece seu.