quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Bem

Mantendo o que disse uma vez sobre Jorge Calado — «é quase sempre muito bom a dizer bem das coisas e melhora sempre que diz mal delas» —, sensibiliza-me o incenso entusiasmado que este mundividente, admirável e discreto colunista do Expresso* derrama em "Os grandes teutões", de 14.Set.2019. A tal ponto que me deixa invejoso dos sortudos que foram à Gulbenkian nos passados dias 7 e 8 assistir a interpretações de Beethoven, Bruckner, Mahler e Strauss pela Gustav Mahler Jugendorchester, «a melhor orquestra jovem do mundo», dirigida por Herbert Blomstedt, «um músico devoto que não ensaia ao sábado», com participação do barítono Christian Gerhaher, «o mais inteligente e completo cantor da actualidade».
«[...] Impressionante a maneira como aos 92 anos o maestro controla uma orquestra de cem jovens (incluindo 8 portugueses), sem batuta nem partitura [...] Os resultados atingiram o miraculoso. [...] Ver uma centena de jovens no palco (dois terços dos quais, jovens mulheres!) a fazer música com uma alegria e um sorriso estampado na cara, dirigidos por um nonagenário ímpar, é inspirador! [...] Nunca ouvi melhor nem tão bom [...] Um final empolgante com os músicos abraçados e aos beijos, e os espectadores, afortunados e felizes. [...]
Que pena a lotação não estar esgotada (mas os portugueses preferem fazer figura na praia) [...]»
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* Por exemplo, experimente o leitor visitar a exposição do National September 11 Memorial Museum — Jorge Calado, "77 minutos que mudaram o mundo" | Expresso/Atual, 28.Jun.2014 — e diga-me se arranjava melhor cicerone.