segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Da rasquice e do fôlego
Jorge Calado é quase sempre muito bom a dizer
bem das coisas e melhora sempre que diz mal delas; caso, ao acaso, de uma recente «encenação
rasca» no São Carlos.
«[…]
Os melhores cantores portugueses andam fora
do país – e fizeram elas e eles muito bem (como a maior parte do talento que
emigra). Lá se conseguiu arranjar um tenor italiano capaz de esticar a voz até
aos agudos (mas que de Luciano só tem o apelido) […] Entretanto, inventaram um
encenador (?) que fez pouco, e mesmo isso estragou. Que se perceba, a única
recomendação de Mário Redondo para montar uma ópera no São Carlos é ser amigo
do primeiro-ministro (que foi espreitar a estreia).
[…]»
“Infantilizando a ópera” | Expresso/Atual, 16.Nov.2013
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A plenos pulmões
Linhas antes, historiando as representações de “La fille du régiment”, de Donizetti, informava Jorge Calado:
«[...] No século XX, o São Carlos apresentou-a duas vezes: 1901 e 1989. “La fille” só
voltou ao repertório nos anos 60, graças às gargantas privilegiadas da
Sutherland, do Kraus e do Pavarotti. Aliás, foi a cantar os nove high C
de ‘Ah! mês amis, quel jour de fête!’ que Pavarotti (Tonio) ganhou o cognome de
“Rei dos Dós de Peito”. [...]»
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