«Percebo muito bem Teixeira de Pascoaes e o seu lamento (a propósito da reforma ortográfica de 1911) sobre o fim do y em abysmo e lyrio, como me revolto por cair o p em Egipto quando, ainda por cima, se mantém em egípcio, ou me arrepio por actor, com c, deixar de o ter, ruptura passar a rutura (e assim se confundir com rotura com o) ou, incompreensível para mim, infeccioso, cujo primeiro c sempre li, poder ser agora infecioso. E fico irremediavelmente decepcionada por decepção passar a deceção. Sei, claro, que me habituarei: não é a primeira vez, longe disso, que a grafia muda e as pessoas se habituam.
Aliás, confesso que não alinho na maioria das críticas que têm sido feitas a este acordo, baseadas em simples e tacanho conservadorismo, em mero oportunismo politiqueiro ou, pior, nacionalismos inflamados e a roçar a xenofobia que não se ensaiam em falsear os factos para tentar marcar pontos, como quando garantem que facto passará a fato quando - e isso até eu já sabia - é um facto, com c, que as consoantes não mudas não caem.»