[…] Metade do
período de transição já lá vai e o caos anda por aí. Sim, por aí. A óptima
notícia é esta: a suspensão do AO90 devolverá intactos os contactos perdidos.»
Francisco Miguel
Valada, “Um pouco mais de rigor, sff” | Público, 11.Ago.2012
«[…] O caos é
visível em alguma comunicação social, em instituições e na escola, discutindo
já os alunos mais velhos a razão de ser das "novas minúsculas" e o
desaparecimento geral das consoantes mudas. Com efeito, em textos escolares, em
documentos oficiais, em legendas ou em notícias surgem palavras como
"expetativa", "expetante", "contato",
"contatámos", "de fato", "impato",
"tato", "jato", "pato", entre muitas outras […]»
Maria do Carmo
Vieira, “Malefícios no ensino do Português” | Público, 08.Ago.2012
«[…] porquê estas
alterações, que implicam a desestabilização da ortografia com a introdução de
milhares de novas facultatividades - leia-se também: ambiguidades - e com a
invenção de "regras" absurdas e impossíveis de seguir, pois mais não
são do que a consagração das excepções e dos erros? Ora, porque sim e está tudo
dito.
Já sabemos que o
destino de tudo no Universo é a entropia, mas será necessário dar um empurrão
tão grande à ortografia da nossa língua? Temos uma ortografia que não é
perfeita (aliás, nenhuma língua tem uma ortografia perfeita), mas introduzir
mudanças aleatórias não significa melhorá-la. Muito pelo contrário. […]»
Hermínia Castro, “Ortografia no Verão” | Público, 05.Ago.2012