Lidas
as 54 peças da doutora Celeste Cardona na página que até 07 de Julho do ano
passado era todas as quintas-feiras assinada pela doutora Maria José Nogueira
Pinto, falecida, que até escrevia benzinho, sinto-me à vontade para arriscar
que o Diário de Notícias dá asilo à crónica semanal mais indigente e
miseravelmente mais mal redigida entre todas as crónicas semanais da imprensa portuguesa, incluindo revistas, jornais económicos e desportivos.
Não lhe bastando não saber escrever, pratica habilidades deste jaez:
«[…]
Ao longo da minha vida, que já é longa, fui sempre
lendo. Devo confessar que não li o Rei Lear de Shakespeare, traduzido por
Álvaro Cunhal, nos anos de 1953 a 1955, com cerca de quarenta anos quando
estava preso na Penitenciária de Lisboa (não em Peniche). Infelizmente só soube
desta tradução através da leitura de Pacheco Pereira na biografia política de
Cunhal, Volume 3, O Prisioneiro, nas páginas 205 a 208.
[…]»
«[…]
Álvaro
Cunhal traduziu e anotou The King Lear
entre 1953 e 1955, quando se encontrava preso na Penitenciária de Lisboa (e não
em Peniche, como por vezes se diz, por exemplo aqui). […] Na sua biografia de Cunhal, José Pacheco
Pereira descreve-a ao pormenor (cf. Álvaro
Cunhal. Uma Biografia Política. Vol. 3 – O Prisioneiro (1949-1960), Lisboa, Temas e Debates, 2005, pp.
205-208).
[…]»